Pessoas Lindas!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O que vamos aprontar esse final de ano?

Olho esse calendário e mal posso acreditar que Outubro chegou.

Parece que foi ontem, ainda Novembro de 2010, quando eu descobri que estava grávida e praticamente vi minha vida congelar, cheia de medos e aflição por uma agenda de trabalho a cumprir com Dança e Psicologia.

Olha só a vida em movimento. Cá estamos em Outubro e eu finalizando os preparativos para a 9ª - NONA - edição da Mostra de Dança, da minha Cia 'A Bailarina', vendo dia a dia minha filha crescer sob meus olhos e conseguindo dar conta de tudo!


Minha filha Salomé, já com 3 meses


Esse ano o tema do meu evento é o mais 'batido' ever: ''Harém.''
Quando me vi grávida, foi a primeira coisa que pensei: como preparar a próxima mostra? Aí decidi simplificar o tema e contar com a ajuda da minha equipe valiosa de alunas e professoras.

De 18 números, somente 3 foram feitos por mim. O restante é criação do meu grupo fantástico de alunas e professoras. As músicas fui em quem escolhi, mas toda a criação foi feita por elas, eu apenas aprovando ou desaprovando trajes e detalhes coreográficos.

É o primeiro evento que tem tão pouco de mim, mas ao mesmo tempo, tem tanto.
Cada aluna e professora foi uma semente plantada em solo fértil, pelas minhas próprias 'mãos'. E fico imensamente feliz por ter chegado a esse ponto de entrega, saber delegar e , acima de tudo, confiar na minha trupe.


Eu, alunas e professoras, há algumas semanas. Confiança e entrega!

Fiz uma história sobre uma moça que queria fazer parte do Harém.
Contextualizei o harém numa fictícia cidade do Egito e assim vai desenrolar-se a história da 9ª edição, com muito balady, folclore, misturas modernas e performances. 
E eu, voltando a dançar depois de gerar minha filha, um momento que sei: vai ser emocionante! 
Ainda não consegui definir minha música (aceito sugestões!) pois nada se assemelha musicalmente, a esse momento. Mas sei que vou encontrar.

E assim será o evento, numa Sexta-feira, dia 02 de Dezembro, no Guararapes Clube, com entrada franca.
Não será no antigo teatro, porque está em reformas. Mas irei seguir meu ritual e varrer o palco instantes antes de abrirem as portas ao público.

Em breve estarei em São Paulo lançando meu livro, e se tudo der certo, participando do evento Vida, da minha amiga querida Harah.

E a vida, segue.
Vida é movimento.

Que bom ter vocês por aqui compartilhando tudo isso comigo.

Eu posso sentir a energia de todos vocês e sou grata, por tudo.

Nos encontramos pelo caminho...

Essas flores, são para você!


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Dança do Ventre- Existe luz no fim do túnel!



Quando Carlla Sillveira comunicou que estava encerrando a carreira, meu coração partiu-se duplamente.
Primeiro porque sempre admirei seu trabalho, segundo e mais importante: eu imaginava que o legado da VERDADEIRA Dança do Ventre estava chegando ao fim.

Carlla era uma das poucas que ainda dançavam 'com o ventre' e resistiam às inserções do ballet em demasia.Era autêntica e respeitava as linhas arredondadas, ondulações, shimmies e o ventre sempre a postos!

Porém, que ALEGRIA!

Duas 'novidades' me deixaram feliz da vida e com o coração calmo: há luz no fim do túnel. Não se perdeu a antiga arte.

Quando digo antiga, me refiro ao imaginario coletivo, aquele em que bailarinas movimentavam seus ventres com liberdade e encantamento, sem preocupações com regras, padrões e leituras obrigatórias.


Quando vi o solo de Esmeralda no Festival Shimmie, sabia que os bons tempos estavam de volta e que, sim, ufa, há vida própria, sensibilidade, ousadia e entrega ainda! oba!!

Simples assim: dançando com o sentimento, sem prender-se à regras ou padrões, emocionando e ventre,ventre,ventre! Menos é mais, já dizia o ditado e ela provou isso!

Detalhe: no minuto 1'00, certeza de que a maioria das mortais treinadas em workshops de leitura musical mundo afora, iria fazer tremidos e tremidos. Esmeralda apenas floreou com os seus braços o que sentia... o vídeo todo é um arraso de bom!





E, finalizando, um texto fresquinho da Jade que diz muito, a todas nós!

*originalmente publicado em  BailarMagazine


''Um grupo de 10 vestibulandos sentam-se à mesa do bar e fazem um Campeonato de Adivinhação da Tabela Periódica, definindo que o último a acertar paga a conta. A brincadeira dura apenas poucos minutos, pois todos os 10 a sabem de cor. Dá empate técnico, 4 deles demoram o mesmo tempo para lembrar a tabela toda e, portanto, devem pagar a conta. A conta chega: $ 160,00 a serem divididos pelos 4 perdedores e um deles pergunta: – Alguém tem uma calculadora?

É claro que estou aqui para falar de Dança do Ventre e contei esta historinha hipotética para fazer um paralelo com o que pretendo colocar: A atual Dança do Ventre (há exceções, sempre há, muitas, Graças a Deus!) está numa fase “Dança pré-vestibulanda”, onde decoram-se fórmulas e esquecem-se coisas simples, entretanto, fundamentais para o dia a dia de uma bailarina, como divisão (por 4!) na vida de qualquer criatura.
A menina entra para dançar: Linda, bem vestida, com um figurino “recomendado” de Costureira X ou Y, a custo de “Costureira da Moda” ou ainda (pior!) “Condição para ser aceita”. Cabelo e maquiagem impecáveis, sorriso aberto, corpo “dentro dos padrões definidos por sei lá quem”. Tudo que disseram que ela deveria fazer para ser aceita.

Entra no momento certo da música, com muito impacto, gira, sorri, ocupa todo o espaço com uma meia ponta de deixar qualquer Fifi Abdo de queixo caído e então lá vem ele… um violino! Um violino é um instrumento arredondado, pequeno, acinturado, que é tocado coladinho ao corpo, às vezes de olhos fechados o que, traduzindo para “Dançadoventrês”, pede (ou exige?) oitos, redondos, ondulações, movimentos cheios de sinuosidade, sensualidade, poesia e a “Candidata” (ui!) faz… braços! Molduras pré-aprovadas, perfeitas, organizadas. Então, surge um Qanoon, desenhando ondas trêmulas no ar, trêmulos pequeninos, irregulares, que sobem, descem, desaparecem e ressurgem de longas pausas de delicioso silêncio e a candidata… gira, gira, faz cambrés, arabesques, tudo muito lindo, muito limpo e… absolutamente fora do lugar.

Daí “tenque”… Tem que fazer uma cara assim, outra assado, olhar para todos os examinadores, sorrir, agradar, agradecer, seguir as regras, as fórmulas, os Guias… Tem que pular loucamente à simples menção de um Mizmar, porque daí é Saaid, tem que “bater cabeça”, numa simples menção de um “Soud”, porque daí, é Khaligie.

Um rítimo “incidental” é uma citação dentro de uma composição e não uma regra para a bailarina e, na minha opinião, o que quer que ela faça com graça, beleza, verdade e prazer, dentro do tempo, com bom gosto, sim, está certo!

Pergunte em uma sala com 30 brasileiros:
- Qual a diferença de Baião e Xaxado?
- De que região do Brasil vem a Catira?
- Qual é a diferença entre Aboio e Repente?
- O que é síncope?

Destas perguntas depende, um sujeito que se julga “músico brasileiro competente” sê-lo de fato, assim como apreciadores da música brasileira.

Depois que constatarmos que não sabemos, sequer o “mínimo” sobre a nossa própria música, podemos voltar a falar sobre ritmo e composição, mas já me adianto: É de uma prepotência sem precedentes acreditarmos que aqui, do outro lado do Planeta, podemos julgar com absoluta certeza, se um ritmo incidental é um Soud, Aiub, Núbio que têm, entre si a diferença de um Baião e um Xaxado (ambos, nós, ignorantes da música brasileira chamamos de “Forró”, que é, também, uma outra coisa, vem de “For all” – “para todos” em inglês – e trata-se da Festa, é um evento, é uma “Festa for all”.

Informação balsâmica para a sua cara de “?”. Dança do Ventre também é for all!!!

Uma dança com figurino e música árabes que não tem oitos, ondulações, redondos e shimmies é Fusão (ou “Fusion”, como a maioria prefere chamar), não é certo nem errado mas “do Ventre”, sem trabalho de Ventre, não, não é.
Como foi mesmo que isso aconteceu com a gente? Por onde e por que começou? Eu palpito que foram dois eventos paralelos aos “Concursos de Dança do Ventre”:
1 – A Dança do Ventre é difícil, mesmo, demora, às vezes dez anos para estar, realmente, Oriental, então começamos a “comê-la pelas rebarbas”, ensinando braços para a dança, ballet para a dança, leitura musical para a dança, coisas. Coisas em volta da dança.

2 – Fazer aula regular anda meio fora de moda… A menina vem para uma turma ou aula particular e eu pergunto “Quanto tempo de aula você tem?” e, depois de muita enrolação para responder, percebo que ela faz “Workshops de Dança do Ventre há X anos” e aulas particulares com o País inteiro para ser conhecida por bailarinas importantes o que irá, certamente (?), ajudá-la a “Passar no Ventrevest” de sei lá quem.
O tempo médio de Graduação em uma Universidade “quase impossível de entrar” varia de 6 a 10 anos. Ninguém ensinou o que fazer depois de “estar lá”, só aprendemos a “estar”, não aprendemos a ser, nem a aprender, nem a permanecer porque fórmulas servem apenas para isto. Estar. 

O ser é uma construção pessoal, ser profissional, então, uma outra construção que depende de um pouco de talento e muito esforço, então vem a frustração e a menina bate na minha porta uma vez mais “Eu fiz tudo direitinho! Tenho um guarda-roupa incrível, conheço todas as pessoas que deveria conhecer, fiz os cursos que tinha que fazer e ‘não aconteceu nada’!” e então, me resta a terrível função de comunicar a menina que para ser Bailarina de Dança do Ventre ela precisa aprender a dançar Dança do Ventre e, sim, estas coisas óbvias são as que devem ser repetidas porque são as que esquecemos primeiro, buscando a tal da fórmula que em tantos anos de apaixonado exercício de ensinar Dança do Ventre (17!!!) não há diabo que faça a menina convencer-se disso, por mais que eu diga.

Encerrados os meus argumentos, a contra-argumentação é quase sempre a mesma: “Você é a Jade, você pode se dar ao luxo de fazer o que quiser!”, lá vem mais uma informação-bálsamo: É o contrário, Bailarina!!! É justamente o contrário: Foi somente por fazer o que quero – e estudo, e acredito, seguindo o exemplo de algumas das maiores bailarinas do mundo – que eu cheguei até aqui.

Vai pro espelho, Bailarina! Pegue esse tempo de discussão de fórmulas, tome um banho bem gostoso, cuide da sua pele, faça muito carinho em você mesma, coloque uma roupa confortável, faça um chá de frutas vermelhas e vai ver a Fifi Abdo dançar…

É pra você, pra mim, pra Fifi, é for all!''

Jade El Jabel

=]


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O povo Sikh - Uma aventura na Índia

*viagem patrocinada pelo Rotary International - fui como embaixadora da Arte da Dança

Ir para a India é uma experiência única. As cores, a comida, as pessoas, os lugares...tudo é grandioso e incrível.
De todas as vivências que tive morando com 11 ou 12 famílias na minha jornada de 38 dias por 13 cidades- ufa! - o que mais me impressionou foi conhecer o povo Sikh.

Meu amigo, Kammaaljeet

A visão de um Sikh nunca é algo trivial.
São homens altos, de pele morena, lindos olhos amendoados e o turbante feito com 7 metros de tecido chamam a atenção e nos fazem perdurar o olhar.

Eu nunca havia visto um Sikh pessoalmente e confesso que minha unica referência era o do filme 'O Paciente Inglês' interpretado por Naveen Andrews, com o personagem 'Kip'.
'Cena de O Paciente Inglês'

Os Sikh tem um orgulho em ser quem são e ostentam isso com uma naturalidade genuína, que me faz lembrar com detalhes de cada Sikh que vi na India. Os turbantes podem ser de cores e tecidos variados, mas o olhar de Rei é sempre o mesmo.
São todos magros e elegantes, e os mais velhos um pouco corcundas devido a idade e o peso do cabelo - que não cortam jamais ao longo da vida, e os sete metros de tecido do turbante.

Em uma viagem de trem, passei quase todo o trajeto perguntando e aprendendo sobre esse povo com o meu amigo Kammaal. Foram horas de conversas, risos e a constatação de que, se eu pudesse escolher um bom amigo, seria um Sikh.

Eu tomei nota de quase tudo o que conversamos, e folhear meu caderno hoje, encheu meu coração de saudade. Enquanto o trem percorria o sul da India, eu fui descobrindo um universo de homens guerreiros e trabalhadores.

'Você jamais verá um Sikh pedindo esmolas' - ele me disse.
'Nós temos saúde e força e iremos trabalhar e sobreviver com honra até o fim dos dias.'

Um Sikh tem orgulho de sua estirpe e demonstra isso utilizando os símbolos máximo de sua fé - que se mistura à vida -
- o turbante - para diferenciá-los na multidão e fazê-los lembrar quem são;
- a pulseira de metal ''Kara''- como símbolo de sua fé e exemplo do seu Guru - uma forma circular para lembrar que o universo é infinito, e  toda vez que  levarem a mão à boca para comer ou beber, professar a sua fé lembrando de quem são e de que fé é tão importante quando o alimento;
- o punhal 'Kirpan' - parece-se com um, não dá pra descrever, mas os deixa sempre prontos para a batalhe e é o símbolo de sua força e prestatividade;
- pente- 'Kanga' - trazem sempre consigo, ou no turbante, ou no bolso, reafirma o compromisso com a sociedade Sikh;

- a roupa de baixo é sempre a mesma - mesmo modelo- para lembrar da humildade e origens, independente de poder aquisitivo ou traje de luxo.



Pedi ao meu amigo que me ensinasse como prender o cabelo, por baixo do turbante

O cabelo e o turbante são parte de um ritual diário que requer tempo e destreza dos homens Sikh.
São 7 metros de tecido para envolver kilos de cabelo, que jamais foram cortados.

Fiquei imaginando aquilo tudo de cabelo preso no tecido, com o calor da India... mas devo dizer que em nenhum momento presenciei algum Sikh com aroma de suor ou que não cuidasse da higiene. Pelo contrário, a despeito dos hábitos dos Indianos em geral - apenas um banho por dia, pela manhã - os Sikh sempre me pareceram asseados e preocupados com a saúde e aparência.
Foram um dos poucos povos em que percebi a preocupação em lavar as mãos antes de comer e estar o tempo todo com lenço, para manter mãos e rosto limpos.Os meninos Sikh acostumam-se desde pequenos a ter seu cabelo envolto em tecido, seguindo o exemplo do pai e de seu povo. Atualmente, a nova geração de jovens Sikh têm abandonado o turbante, o emblema mais visível dos Sikh devido a modernização e globalização das tendências de moda e comportamento ocidentais, porém em muitas regiões do interior da India é possível encontrar jovens que decidiram seguir as tradições.

Aprendi com esse povo sobre ter orgulho de quem somos e não se envergonhar de suas escolhas.
Um dos momentos de sabedoria Sikh eu pude presenciar em meio a um grupo de pessoas, quando percebi meu amigo Sikh silencioso e, na tentativa de fazê-lo interagir eu disse: ''Kammaal e você? Por que não está conversando?" e ele respondeu:

''Se todos estão conversando, quem está ouvindo?''

São pequenas 'pérolas' como essas aliado ao comportamento educado e garboso que me fizeram encantar por esse povo.

Num dos bate papos que tivemos, aprendi que os Sikh procuram por esposas discretas, de pele morena, cheinhas - sim, quadris largos e seios fartos, segundo eles requisitos para serem boas mães/parideiras - e olhos escuros. 

Para um Sikh, uma mulher como eu - de olhos claros - é considerada uma 'aberração' (palavras do meu amigo! rs) pois olhos e pele clara representam fragilidade, pouca saúde e iria 'sujar' a linhagem morena e de olhos escuro amendoados dos Sikh.

eu e minha amiga Silvia, durante a viagem, com Kammaal

O povo Sikh foi um dos primeiros a estabelecer uma corrente solidária através de sua fé. Todos os templos Sikh possuem um cômodo que serve de abrigo a andarilhos, viajantes e pessoas menos favorecidas, para que possam dormir e receber alimento sem custo algum.

Para visitar um templo a mulher deve cobrir o cabelo.

A experiência de visitar um templo Sikh  é algo inesquecível.
O dourado impera nos detalhes e apesar de parecer sisudo, é tudo simples e limpo. Há sempre alguém lendo a escritura sagrada dos Sikhs o ''Guru Grand Sahib'', segundo eles a revelação categórica de Deus numa linguagem universal. 
É lindo, independente do idioma, é possível sentir na voz de quem lê o sagrado ali presente. Em qualquer horário, nas 24h sempre haverá alguem lendo e cantando as revelações.

Não tem como separar fé, religião e sociedade.

Para o Sikh tudo está interligado e é maravilhoso presenciar o sagrado em seus gestos, sorrisos e ações.

Esse post é apenas uma pequena fagulha das minhas impressões, você pode saber mais pesquisando sobre o Sikhismo na net e leituras variadas.








domingo, 9 de outubro de 2011

Se...






Quero que você saiba de uma coisa.
Você sabe como é:
se eu olhar
para a lua cristalina, nos ramos avermelhados
do lento outono na minha janela,
se eu tocar
perto do fogo
as impalpáveis cinzas
ou o enrugado tronco de uma árvore,
tudo me leva a você,
como se tudo o que existe:
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos que velejam
em direção às suas ilhas que esperam por mim.

Bem, agora,
se pouco a pouco você deixar de me amar
eu deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de repente
você me esquecer
não procure por mim,
pois já terei te esquecido.

Se você achar que é extenso e raivoso,
o vento das velas
que passa por minha vida,
e decidir
me abandonar à margem
do coração onde eu tenho raízes,
lembre-se
que neste dia,
nesta hora,
eu levantarei meus braços
e minhas raízes sairão
para buscar outra terra.

Mas
se a cada dia,
a cada hora,
você sentir que é destinado a mim
com implacável doçura,
se a cada dia uma flor
subir aos seus lábios à minha procura,
ah, meu amor, ah meu bem,
em mim todo aquele fogo reacende,
em mim nada é extinto ou esquecido,
meu amor se alimenta do seu amor, amado,
e enquanto você viver ele estará em seus braços
sem deixar os meus.


''Se você me esquecer - Pablo Neruda''