Pessoas Lindas!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O Sagrado na India


Homem adorador de Shiva - o colar representa que ele é Veg, e a cor branca da tinta, significa que ele é devoto ao deus
Nota: Índia = 01 bilhão de habitantes
Língua nacional: Hindi
Língua Oficial: Inglês
E mais de 200 dialetos e idiomas, dependendo do estado, cidade ou tribo.

O Hinduismo não é considerado religião pelos hindus, e sim um estilo de vida.
Para ser considerado uma religião seria necessário:
- um profeta;
- uma bíblia ou livro sagrado;
- um dogma
- um rito de iniciação ou batismo
E nenhum desses itens é presente no hinduismo.

Antes do hinduismo estabelecido, a Índia tinha como vertente a filosofia brâmane ou os 4 vedas, depois o hinduismo se estabeleceu.

E o que é o Hinduismo? Eu perguntei. Foi-me dito: “Way of life.” (Você deve viver, sentir o hinduismo.)
Imagem do deus, com a tinta vermelha representando o sagrado
No Oriente, em especifico na Índia, Deus é ‘O Convidado’ – Aquele que chega inesperadamente, a qualquer momento. O devoto vive na sombra dessa grandeza todo-poderosa, que se manifestará sem aviso, sempre muito sutilmente, as vezes excentricamente. Então o devoto precisa viver uma vida boa, entregue a sensibilidade e a consciência agudas, de modo a não deixar escapar o momento da visitação.

Isso foi comprovado por mim e pelo pessoal do meu grupo. Em todas as cidades que visitamos, em todos os locais e famílias, nos tratavam como deuses. Eles diziam: “Você é visita, então você é deus em minha casa.”
Ser recepcionada por um indiano é uma emoção indescritível.

Tinta na testa, pele manchada de frio e Sol, mas valeu!

Eles pintam a nossa testa com hena vermelha, depois colocam arroz por cima. Os grãos representam a terra, a humanidade, e a tinta, a divindade. Depois colocam colar de flores em nosso pescoço, geralmente as flores são nos tons laranja, considerada a cor do sagrado para eles, e nos dão comida e bebida. Em todos os lugares, sempre nos era oferecido comida, e a recusa era vista como uma ofensa. O coco é a fruta do sagrado para eles.

Não se reconhece um hindu pela roupa, cabelo, ou costumes. Cada um vive a sua maneira a crença nos diferentes deuses.

Eu, Silvia e Daniel, com o colar de 'Marygold' a flor do sagrado

‘Sonátham’ é como eles chamam o conjunto de todas as crenças.
Cada região da India tem um idioma, uma dança, uma crença. A palavra chave que une tudo isso é: tolerância.
E eles acreditam que até os deuses podem errar.
Deus = GOD
G- enerate (criador)
O- perate (opera, coordena, mantém)
D- estroy (destrói, recria)

A pequena bailarina também é tratada como deus, na India o artista e sua arte são a manifestação divina

Os indianos tem mais de 300 milhoes de deuses, e acreditam que todo ser humano é uma manifestação divina, e todos tem um deus elemental.

Eles acreditam que o templo é o local onde o deus vive, embora não acreditem que é necessário um intermediário para falar com deus,cada um pode encontrar deus dentro de si. Mas em cada templo há o priest =punjare= espécie de padre, respeitados como homens sagrados, uma manifestação do deus, são uma inspiração para tomadas de decisão e exemplo.
Na índia, não há divisão entre o publico e o sagrado, os deuses estão em tudo, no comercio, nas es colas, nas casas, nos eventos, enfim,em tudo.

E a comentada 'Suástica' (vide Dourado no BBB 10) é realmente um símbolo Hindu, e a conotação que ela tem no Oriente não tem nada de ruim. É um símbolo sagrado, muito poderoso e extremamente pacífico. Nesse ponto, lamento os mal informados que estão atacando o Dourado por conta da tatoo. Eu confesso que não sabia do significado, até chegar na India e encontrar a suástica em vários locais, desde templos, até casas (a casa que fiquei em Rourkela tinha uma suástica no portão) e em jardins.

Jardim do local de visitação de antigas Cavernas


Do Wikipedia: "A palavra "suástica" deriva do sânscrito svastika (no script Devanagari - स्वस्तिक), significando um amuleto da sorte, e uma marca particular de pessoas ou coisas que trazem boa sorte. Ela é formada do prefixo "su-" (cognata do grego ευ-), significando "bom, bem" e "-asti", uma forma abstrata para representar o verbo "ser". Suasti significa, portanto, "bem-ser". O sufixo "-ca" designa uma forma diminutiva, portanto "suástica" pode ser literalmente traduzida por "pequenas coisas associadas ao que traz um bom viver (ser)". O sufixo "-tica", independentemente do quanto foi dito, significa literalmente "marca". Desta forma na Índia um nome alternativo para "suástica" é shubhtika (literalmente, "boa marca"). A palavra tem sua primeira aparição nos clássicos épicos em sânscrito Ramayana e Mahabharata "

Há três principais deuses Hindus:
Vishna
– administrador
Brahma – criador
Shiva –destruidor
Os três formam ‘Bram’.

Deus não é uma entidade física,é algo invisível. Há basicamente 3 deuses principais e cerca de 330 milhões de outros deuses.

O mais cultuado é Lord Ganesh ( ou Ganesha):

''Shiva é um deus temperamental. Ganesh é filho de Shiva e nasceu em sua ausência. Quando Shiva voltou e viu um pequeno homem,cerca de 8,9 anos, perguntou: “Quem é você?” e Ganesha questionou: ‘Não, quem é você?”

Shiva pegou o seu tridente e cortou a cabeça de Ganesh fora.

Então sua esposa, viu a situação e explicou o que acontecia. Shiva tentou arrumar a situação:

-Eu prometo que trarei nosso filho a vida.

Quando um deus faz algo, ele pode modifica-lo, mas não reverter o que fez.

Então, ele trouxe o filho a vida, andou pela casa e o primeiro animal que ele encontrou ele retirou a cabeça e colocou na do filho, e esse animal era o elefante.

A esposa, descontente, questionou: ‘Ai de mim, agora ninguem vai gostar do meu filho, veja como ele ficou!’ e então Shiva prometeu que o'' filho seria sempre o primeiro deus a ser reverenciado, em todas as celebrações, e seria o deus mais adorado. ''


Lord Ganesh e eu, Raipur - India

E isso realmente acontece na India. Antes de qualquer evento, reunião, celebração, é feito uma dança,canto ou oração para o Lord Ganesha. Ele está sempre em primeiro lugar.

“Se os homens podem errar, então os deuses também podem errar. Isso demonstra que erros fazem parte da vida, e você pode corrigi-los, retificá-los.” (Nick)

*Nataraj – o deus bailarino , uma das faces de Shiva, a dança da destruição.
*historia contada no trem, por Nick, de Balaghat a caminho de Raipur. Informações sobre o deus como ‘O Convidado’ – Akhil, de Raipur, que foi meu hostess, e Zulma Reyo, escritora, que viveu na Índia em busca de definições do sagrado.

Uma frase interessante que ouvi do Sr Janardam Kar (Korba) “Não devemos falar de religião, devemos praticá-la.” E outra, mais especial:
“Não existe beleza. A beleza está nos olhos de quem vê.”

E meu hostess Akhil, de Raipur, ao me ver chorando de felicidade por presenciar um noivado indiano: "Você consegue se emocionar com as coisas simples e achar que tudo é especial, porque você é especial."

Tem como não gostar da India, gente?

No próximo post sobre India eu conto a emoção de ver um noivado, algo que turistas não teriam acesso tão facilmente...

* lembrando a todos que os textos sobre a India retratam a minha experiencia desses 36 dias pelos 3 estados e 13 cidades que visitei, é apenas o meu olhar, não quer dizer que todo o país seja assim, apenas descrevo o que vi e senti. E com todo respeito aos indianos e ao belissimo pais de constrastes que é a India.

*texto e fotos: Luciana Arruda

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Evoluídos (?)

"O homem é o único animal que ri dos outros.
O homem é o único animal que passa por outro e finge que não vê.
É o único que fala mais que o papagaio.
É o único que gosta de escargots (fora, claro, o escargot).
É o único que acha que Deus é parecido com ele.
E é o único... que se veste; que veste os outros; que despe os outros; que faz o que gosta escondido; que muda de cor quando se envergonha; que sabe que vai morrer; que pensa que é eterno; que não tem uma linguagem comum a toda espécie;
que se tosa voluntariamente; que lucra com os ovos dos outros; que pensa que é anfíbio e morre afogado; que tem bichos; que joga no bicho; que aposta nos outros;
que compra antenas; que se compara com os outros;

O homem não é o único animal que alimenta e cuida das suas crias, mas é o único que depois usa isso para fazer chantagem emocional.
Não é o único que mata, mas é o único que vende a pele.
Não é o único que mata, mas é o único que manda matar.

E não é o único... que voa, mas é o único que paga para isso; que constrói casa, mas é o único que precisa de fechadura; que constrói casa, mas é o único que passa quinze anos pagando; que foge dos outros, mas é o único que chama isso de retirada estratégica;
que trai, polui e aterroriza, mas é o único que se justifica;
que engole sapo, mas é o único que não faz isso pelo valor nutritivo. "

(Luis Fernando Veríssimo)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Alma Cigana

Luciana Arruda

“Um passaro que não quer ser aprisionado...
Assim é minha alma...
Que pousa aonde encontra alento e amor...
Mas que precisa estar livre para voar se assim desejar...
Sou fiél aos meus sentimentos e não aceito que me prove...
Quando amo...sinto a intensidade do amor percorrer cada célula de meu corpo...
Minha alma que de tão transparente e tão lúcida suscita de paixão...
Sou menina...sou mulher...
Danço para esquecer as marcas em meu coração...
Se rodopio entre véus e moedas esqueço a ingratidão deste mundo e me entrego a magia que encanta minha alma e repousa meu espírito...
Quero tão pouco dessa vida...
Quero uma fogueira para dançar em volta...
Lençóis macios para amar...
Quero a lua e as estrelas como testemunhas do meu amor...
Quero a brisa da madrugada e nada mais encobrindo meu corpo que dança...
E quando o primeiro raio do sol nascer...
ainda quero presa entre meus dedos uma taça de vinho seco...
Lanço a sorte a todos, e como recompensa, recebo-a de volta...
Assim é minha alma cigana”
(autor desconhecido)
Foto: Felipe Almeida

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A Dança na Índia - Breve Relato

por Luciana Arruda
A historia da Dança na Índia se confunde com a historia do próprio país, um arcabouço de significados imerso no contexto social, político e religioso da Índia, traduz de maneira impar o quanto a dança é importante para um povo.

As informações desse texto foram transmitidas a mim pelo médico Dr Dipankar, de Puri- Orissa, da Bailarina Aruna Mohanty, de Bhubaneswar e derivadas de anotações feitas por mim em visitas a academias, escolas de dança, apresentações e festivais pelos estados de Chhattisgarh (Raipur; Korba; Bilaspur;) , Madhya Pradesh (Balaghat; Jabalpur;); Uttar Pradesh (Agra), e Orissa (Berhampur; Bhubaneswar; Sambalpur; Rourkela; Puri; Cutack) além da capital Délhi.

A historia da dança na Índia pode ser divida didaticamente em quatro partes:
Parte 1 – quando as mulheres eram livres, dançavam e podiam se expressar;
Parte 2 – quando, de repente, as mulheres foram proibidas de dançar;
Parte 3 – apenas os homens dançavam;
Parte 4 – através das crianças – muitas vezes meninos vestidos de meninas- aos poucos a dança foi retomada e as mulheres voltaram a dançar.

Parte 1- A Dança na Índia é uma manifestação cultural que, muitas vezes, adquiriu significado sagrado. Para os indianos, em sua maioria hindus, dançar é uma forma de prece e de traduzir e contar a historia dos deuses. Usualmente, as mulheres eram responsáveis pelas danças ritualísticas e pela manutenção da cultura indiana.

Parte 2 – Com a invasão dos muçulmanos na Índia, as mulheres foram abrupdamente proibidas de dançar, foi instituído o uso do véu, algumas atrocidades foram cometidas em relação as mulheres e por um período de cerca de 500 a 800 anos a dança foi algo proibido.

Parte 3 – Durante o domínio dos muçulmanos, apenas os homens tinham direitos, inclusive de dançar.

Parte 4- Com a saída dos muçulmanos e a vinda dos britânicos, aos poucos as mulheres voltaram a ter espaço na sociedade e a poder dançar. Inicialmente as crianças expressavam a cultura através da dança e muitas vezes, com meninos que se vestiam de meninas para poder dançar e ressaltar a importância da mulher. (Essa dança persiste até hoje, e é chamada de ‘Goti Pua’ um folclore realizado por meninos vestidos de meninas ‘goti = 1 pua=meninos)

A primeira manifestação de dança pós-dominio muçulmano foi chamada de ‘Mahan’, por volta do séc 17 a 19 e com o passar dos anos e desenvolvimento, transformou-se no que é hoje a Dança Clássica Odissi (Odisha – Orissi- Odissi).

Performance em Raipur- Odissi

Na dança Odissi, o sagrado é o foco, a razão de tudo. A bailarina dança para o deus, e antes de qualquer evento ou reunião, a bailarina faz a abertura honrando e pedindo a proteção do deus. É dedicada a Lord Jagannath, e sua representação é vista na dança principalmente nos movimentos de braço, pois o deus manifestado em sua forma, possui braços incompletos e sempre na posição com cotovelos elevados. Mas muitas vezes a bailarina dança Odissi como forma de reverenciar outros deuses, principalmente Lord Ganesh.

A musica é clássica indiana, com vocalizações realizadas em momentos específicos, e as letras contam a trajetória do deus Jagannath, ou falam sobre a busca pelo sagrado.


A principal característica da Odissi é a dissociação das partes do corpo – torso, pés, cabeça, braços. Segundo a professora me disse, para ter uma idéia se uma bailarina é boa, deve-se fotografá-la durante a performance e ver nas fotos que, em nenhum momento seu corpo está alinhado. Interessante!


Manifestações da Dança Odissi estão presentes em quase todos os sítios arqueológicos e templos da Índia, principalmente em Konark (Templo do Sol – Puri)

Templo do Sol

Nas poucas academias estabelecidas (pois usualmente a dança é transmitida entre famílias) o ensino prioriza a técnica e a expressão.

Para uma bailarina ser considerada profissional, ela deve ter pelo menos de 8 a 10 anos de pratica, e as aulas costumam durar 04 horas, alem de treinos extras de expressão e canto.
Em um bate papo com uma professora em Sambalpur (Kendriya School), ela me confidenciou o estranhamento por uma estrangeira querer aprender sobre Odissi (ou até mesmo dança-la):
“Se vocês não conhecem nossos deuses, não vivem o hinduismo, como poderão dançar Odissi?”

Nas escolas normais de ensino, há aulas de dança, canto e fanfarra, e campeonatos estaduais para essas modalidades.


Em relação ao ensino formal, as academias que conheci são muito diferentes de nosso país. A primeira impressão que me marcou foi o piso. Elas dançam no cimento frio, queimado, e fazem todo o trabalho de pés com muita, mas muita força, o som dos pés delicados no cimento é algo que não vou esquecer. As salas tem poucos espelhos, cortinas na janela e ventiladores. Usualmente é feita com musica ao vivo, e os músicos são impecáveis, uma atração a parte. Não há barras ou preocupação com o alongamento e relaxamento. Elas chegam e já começam técnica e combinações. O uniforme é o mesmo traje tradicional de vestri, o “chudedar kameez’ uma espécie de calça larga, bata e xale transpassado. Elas fazem aula descalças, sempre. E com guizos que pesam até 2 kilos nos tornozelos. Quando eu mostrava as fotos do meu estúdio, o piso especial que absorve impacto e perguntava sobre trabalho de alongamento, elas simplesmente sorriam e diziam: “Mas porque você se importa com isso?”
Espero que haja academias diferentes em outros locais da Índia, pois fico pensando nas articulações e músculos dessas bailarinas daqui a alguns anos.

Bailarinos durante ensaio, e depois, no show especialíssimo à noite

Todas admiram a bellydance, e a maioria disse achar extremamente difícil executar os passos, mais uma prova de que dança indiana e dança do ventre são muito, mas muito diferentes. Elas não gostam da dança moderna, do estilo Bollywood, para elas é algo ‘ocidental demais’.
Ao mesmo tempo, as jovens admiram Beyoncé e Akon. E o nosso samba é unanimidade, em todos os lugares eles pediam para eu dançar um pouco de samba.


E o que é o bollywood para as indianas? Tudo que é moderno (chamado de ‘punjabi’), alegre e informal. Elas não vêem técnica no estilo bollywood, e apreciam apenas o fato do estilo divulgar a Índia.

Dança Folclórica

A modalidade Kuttack é praticada com mais ênfase nos movimentos de pés e é dedicada a Lord Khrisna.
Dentre as danças indianas, temos uma gama imensa de significados associados ao sagrado, e dentre estes, danças regionais e folclóricas, que servem para glorificar um estado, região ou o próprio pais.

Dança Tribal

Nada é sem significado na Índia e a Dança é a ferramenta mais poderosa de se contar uma historia ou fazer uma oração.

Fotos: Luciana Arruda
Texto: Luciana Arruda
(fotos do arquivo pessoal, tiradas durante a viagem á India 2009/2010)

Lord Jagannath

Lord Jagannath

Lord Jagannath - (Reverenciado na Dança Odissi)

*Jagannath – representado na cor preta = tudo absorve, tudo acolhe
Subhadra – representada na cor amarelo = prosperidade, fartura
Balarama – branco = expansão
*Segundo Dr Dipankar-Puri

** “Há duas histórias interessantes associados a esta divindade. A primeira é a história de como Krishna apareceu a um grande devoto do Senhor, o Rei Indradyumna e ordenou-lhe para esculpir uma divindade, como um registo de que ele iria levar para a beira do mar de Puri. Ele procurou um marceneiro para fazer as divindades. King Indradyumna encontrou um misterioso carpinteiro brâmane, que apareceu e assumiu a responsabilidade e levou alguns dias para conseguir isso. Surpreendentemente, o carpinteiro insistiu em não ser incomodado, enquanto ele estava esculpindo a divindade, e somente trabalhava atrás de uma porta fechada.


Todos, incluindo o rei e sua rainha estavam muito ansiosos, e viam todos os dias a porta fechada e não havia o som de trabalhar. Após 6-7 dias de espera um som surgiu no quarto, mas depois de algum tempo, todo o som parou. O rei, impaciente e preocupado com o que tinha acontecido e supondo o pior, abriu as portas - apenas para descobrir que haviam três divindades esculpidas e não terminadas, e o carpinteiro havia sumido!

O carpinteiro misterioso não era outra pessoa senão ‘’Vishvakarma’’, o arquiteto celeste. O rei estava surpreso, pois a divindade não tinha braços e pernas. Totalmente arrependido, pois ele tinha interrompido a escultura, o rei foi pacificado somente quando o sábio (muni) chamado Narada apareceu e explicou que a forma, que o rei via era uma forma legítima de a ‘’Suprema Personalidade de Deus’’.

Ao fundo, imagem do deus em uma academia de dança (Rourkela- India)

A segunda história foi narrada aqui para explicar e dissipar as dúvidas e confusão:

“A segunda razão para o aparecimento senhor Jagannath é a história de como Krishna foi escutar o que as ‘’gopis’’ (amigas, criadas ou mensageiras) Jagannath, Balarama e Subhadra falavam entre si, dos seus passatempos, e de quanto amavam Krishna (o senhor do universo). Irmã Subhadra foi encarregado de vigiar e garantir que Krishna não estava por perto, enquanto gopis falavam dele.

Mas depois de um tempo Subhadra ficou tão emocionado com a devoção das gopis e suas histórias que ficou completamente absorta na escuta. Ela não vê os irmãos de Krishna e Balarama aproximando.

Quando o viu, ficou com os seus cabelos em pé, os braços retraídos, seus olhos ficaram maiores, e sorriu, em êxtase. É por isso que Jagannath, Balarama e Subhadra foram esculpidos dessa maneira.

As divindades - Jagannath, Balabhadra (Balarama) e Subhadra (Krishna irmãos) são geralmente adorados no templo, mas uma vez em cada Masa Asadha (período chuvoso, geralmente de Junho ou Julho), eles são trazidos para a rua principal de alta de Puri e viajam cerca de km 3 para o Temple Mausimaa, permitindo ao público ter Darshan vista (sagrado) das divindades como eles passam. Esta festa é conhecida como Ratha Yatra.


Vista doTemplo de Jagannath, em Puri (proibido a visita de Turistas)

Os carros são enormes estruturas de madeira construídas a cada ano novos e são puxados pelos milhões de peregrinos que se dirigem para o evento em todas as partes do globo. O festival comemora a volta de Krishna para sua casa em Vrindavan após um longo período de separação do povo lá.”
** Fonte: Wikipedia

o deus homenageado em um evento público do Rotary India

Jagannath Templo- Puri

Fotos: Luciana Arruda