Pessoas Lindas!

sábado, 28 de maio de 2011

Errata - O início da Dança do Ventre


Essa foto reflete o que mais amo na Dança: raízes, pertencer a algo, ser livre. Tudo ao mesmo tempo.
Foi tirada 
 pelo meu primo e fotógrafo IQ Perama, em um domingo feliz, numa fazenda centenária. (2008)


O MEU início.


É uma pergunta frequente nas entrevistas que concedo, sempre tem aquele momento: 'Quando você começou a dançar? O que te motivou?' e etc.
Eu sempre respondo - virginiana que sou - ao pé da letra: Ué, começo é começo! Então, sempre falo 'do ballet, da minha primeira professora, dos meus pais me levando para a matrícula' e tals.

Aí que hoje, sabe-se lá o porquê eu pensei:
 'Gente, mas e o MEU início na Dança do Ventre em específico?' e aí, pessoas... eu PRECISAVA fazer essa 'ERRATA' com post explicativo e  tudo para TENTAR corrigir um erro - omissão - dessa minha trajetória.

Minha vida de bailarina clássica começou aos 6,7 anos.

Mas minha vida de BELLYDANCER, começou beeem depois, aos 22 anos de idade, cerca de 12 anos atrás.
E foi muito ''por acaso''.
E foi providencial.
E foi o que me mostrou uma face da vida a qual eu sou muito grata e plena.
E, finalmente, foi pelas mãos DELA, uma grande AMIGA: a NÍVIA.

Na época eu morava em Bauru-SP por ocasião da Universidade e estava há um hiato sem dançar.
Eu dizia a mim mesma que estava velha pra voltar ao ballet- embora sentisse muita saudade - e não tinha como dar conta da vida acadêmica e de bailarina.

Até que tive uma somatização, dores constantes nos pés e tornozelos e minha terapeuta me dizendo:
 ''Volte a dançar!'' e enfins, pra resumir, um dia me aparece a NÍ falando que precisava fazer algo para não pirar naquele fim de semestre, que tinha lido sobre aulas gratuitas de dança do ventre no Teatro Municipal e que precisava de uma COMPANHIA.

A Ni está no meio, de pé. Camiseta branca e riso farto.

Queridos todos, a Nívia, apesar de nome que lembra creme hidratante, aquela coisa suave, meiga, leitosa é preciso dizer: a Ni, não tem NADA disso.

É uma mineira decidida e é a ÚNICA pessoa nesse mundo que consegue me convencer a fazer algo - mesmo quando não quero.
Sendo assim, nem adiantou reclamar ou adiar.

No dia e hora marcados, lá estava eu, em pleno Teatro Municipal de Bauru, totalmente sem ambiente, traje ou sem saber o que fazia ali - minto: eu estava fazendo a minha PRIMEIRA aula de Dança do Ventre - por causa da minha AMIGA.

Sim, estou de pé com o braço levantado. Obrigado Senhor pelo tempo ter sido gentil comigo.


Minha primeira professora de Dv - Grasiele - Bauru-SP


Era o período entre 1999 e 2000, estávamos terminando o bacharelado em Psicologia, todas perdidas naquela sensação do que virá e eu ali, olhando para o espelho absolutamente encantada com as minhas mãos fazendo floreios no aquecimento, com a música (era um cd que vinha na Revista da Khan el Khalili, acho, com Shahar na capa) e eu me 'descobri' naquela sala com gente desconhecida, com uma professora graciosa e meio maluquinha.

Minha amiga, decidida como sempre já foi logo dizendo: 'Isso não é pra mim, não tenho jeito e não tenho paciência para aprender, fica você na turma.'
E assim foi.

O depois, é o agora.

Continuei praticando, comecei a fazer workshops com Lulu, fui da sua primeira turma de Formação, depois workshops nos Festivais Luxor, Aulas Particulares na Khan el Khalili, me tornei Professora, fui contratada pelas Oficinas Culturais do Governo do Estado e comecei a rodar o interior do estado ministrando os meus próprios workshops, até culminar na viagem de imersão à India e Paris patrocinada pelo Rotary Internacional - com shows todas as noites e cursos, dancei para a Banca da Pré-Seleção da Khan el Khalili 2010 e cá estou.

Um dos meus shows na Índia - Raipur 2010


E tudo começou por causa dela, da Ni.

Hoje eu tenho CERTEZA de que não foi 'por acaso' - como o Universo quis nos fazer acreditar.
Ni foi um instrumento muito poderoso que me conduziu pelas mãos - e pela insistência - a trilhar um caminho que abriria muitas, mas MUITAS portas em minha vida.

E eu, gente, nunca a AGRADECI.
Nunca havia parado para pensar sobre isso, refletir ou me dar conta.
Tudo o que sou na dança, devo à ela.
Devo à você, minha AMIGA.

Ela esteve presente na minha primeira apresentação oficial, no Teatro, e estava toda babona, como se eu fosse a mais linda em cena.
Eu e Ni, em minha primeira 'apresentação' em meados de 2000

E ela moveu a família toda e esteve presente no momento tão importante para mim, quando dancei no Harém, por ocasião da Banca.

Meu momento, dançando no Harém -Khan el Khalili - 10 anos depois


E lá estava ela novamente: fez o marido filmar tudo, tirou fotos e ainda saiu falando para TODOS que eu era sua amiga, que eu era a mais linda e a que dançava melhor. 
E olha que teve Nesrine no show e quando eu a 'cutuquei' para ela parar de falar isso em voz alta, ela disse: ''Essa Nesrine até que é bonita e dança bem, mas você é MAIS.''

Tem coisa melhor que amiga assim no mundo, gente?

Que dá colo, que incentiva, que se faz presente, que realmente se importa?

Adriano - marido da Ni, eu, a doce Luíza e Ni na grande noite, no Harém

Ela mora a 800km de mim.
Ela sabe que eu detesto falar ao telefone.

Mas ela sempre se fez presente no físico e no abstrato.

Me enviou presente quando eu me casei - e não a convidei, porque foi uma festa fechada para poucos amigos e familiares da minha cidade. Mas isso não a impediu de enviar o presente, não sem antes escrever uma série de recomendações à meu marido - que ela nem conhecia - para que ele fosse gentil comigo - senão iria ter briga, das boas.

Ela me enviou um postal - que tenho até hoje - quando viajou para a Irlanda.

Eu visitei 13 cidades da India e fiquei 04 dias em Paris e não trouxe nada para ela.

Sempre me convida para os aniversários da filha - e guarda as lembrancinhas para mim.

Sempre lê meu blog - mesmo não dançando mais - e opina sobre assuntos da nossa Arte, pelo prazer em aprender e se fazer interessada na minha vida.

Uma vez eu estava na correria de sempre, nos 'bate e volta' de cursos em São Paulo e ela me convenceu a visitá-la, apesar de eu falar do cansaço que é o dia após o curso intensivo do Habib - quem já fez sabe - mas quem fala não pra ela?

 E foi numa noite assim, tomando vinho e comendo pizza que eu vi como ela havia se tornado uma mulher maravilhosa, esposa, mãe e que sabia dirigir em São Paulo, um luxo.

E foi nessa mesma noite que ela me fez segurar sua filha - eu que, até então nem pensava em filhos, e quando pensava era louca por moleques atentados - saí de lá achando legal a idéia de ter uma filha, desde que fosse parecida com a filha da Ni, a doce, obediente e carismática Luíza.

E foi para a Ní que eu contei que ia ser mãe e ela vibrou, mais uma vez, como se isso fosse um acontecimento único, exclusivo e de suma importância desse mundo e de todas as outras galáxias do Universo.

Ni é assim, intensa pra tudo, pro bem e pro mal e eu sou muito privilegiada, sortuda mesmo, de ter sempre a sua melhor face e seu olhar mais doce e orgulhoso olhando em minha direção e meus atos.

Agora enquanto escrevo, me dei conta que não a convidei pro meu Chá de Bebê - mas ufa! tenho aqui ainda uma lembrancinha! - e não me sinto culpada nem envergonhada, porque sei que nem me lembrei de convidá-la porque tenho a cômoda e reconfortante sensação de saber e sentir que ela está sempre por perto, sempre próxima a mim, semrpre dentro de meu coração e alma.

Ni, você está presente em tudo, porque se fez presente.

Mesmo eu não retribuindo à altura e sendo tão desleixada, minha amiga, você ESCOLHEU me amar, me cuidar e torcer por mim.

Como te recompensar?

E isso é algo que eu não saberei jamais fazer, agradecer ou expressar.

Só queria que soubesse que EU SEI. NÃO ME ESQUECI. E AGRADEÇO.


EU TE AMO.


MUITO.



*que conste nos autos, entrevistas, Google e Biografia: 

O meu início na arte da Dança do Ventre foi por intermédio da minha AMIGA
Nivia Aparecida Gonçalves Masutti

O meu referencial de AMIZADE, também.


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ps: Para quem quiser saber mais sobre a Ni, ela tem um blog lindo, que escreveu na ocasião da morte do Pai e se transformaram em cartas para a filha Luíza. Leia aqui.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Ventre (Re) Modelado



Foi-se o tempo em que nossa Arte era de raiz, exótica, misteriosa, sagrada e 'para todas.'
Hoje temos um mercado de dança, com um teor artístico e comercial além uma lista de itens que vão de selos e certificações à grandes espetáculos.

É um caminho sinuoso e requer escolhas. Há quem fique e não arrede o pé do conceito primordial de uma dança libertadora e opta por trilhar um caminho às margens do mercado, com corpo, padrões e dança que não necessariamente tem por critério a boa forma, os passos do ballet e as técnicas e fusões atuais.

Há quem se movimente com a onda e se enquadra nos novos padrões, produzindo e criando uma arte permeada de fusões e restrições alimentares, modelagens técnicas, emocionais,expressivas e corpóreas que parecem não ter fim.

Há a 'artista' do seu tempo, dos 'tempos atrás', dos 'tempos atuais' e a de 'tempo algum' que vira e mexe apresenta uma nova faceta, transformando-se com tendências quase como alguem que sofre transtornos de personalidade.

Enfim.

Tudo gira sempre em torno da mesma pergunta: qual caminho você quer seguir? o que a dança significa para você?

Dependendo de sua resposta, aí estão a gama de opções que você deverá seguir ou adaptar-se.

Não se enganem: para cada escolha, uma renúncia. Para cada ganho, uma perda. Para cada padrão assumido (sim, porque até quem diz 'não ter um padrão' tem sim senhor!) há um arcabouço de itens necessários para se manter.

E em meio a tudo isso,
Tenho visto transformações exageradas em nossas Divas, anônimas e bellydancers pelo mundão afora.

Plásticas, botox, silicone, lipo.
Me choquei ao ver uma foto de uma bailarina que admiro- facebook mudando o meu dia - em que fica claro a abdominoplastia mal sucecida, capaz de deixar transparecer em uma foto de perfil - infeliz clique - todas as suturas e ligamentos da 'nova barriga' que pretende fingir que não pariu lindos filhos e nem que a idade chegou.



Precisa tanto?
ps: não é essa foto, essa é do google, só pra ilustrar.

É visível a mudança na dança das que se submeteram a intervenções cirúrgicas. Musculatura muda, a postura também. Ondulações, shimmies, algo demonstra estar contido, endurecido, diferente.

Até que ponto a intervenção cirúrgica vem atender a exigência do mercado ou ao ego que quer ser jovem para sempre?

Sou muito a favor da plástica pelo bem estar, mas jamais pelo 'causar mal estar'.

Me pego pensando se um dia cairei em minha própria teia e farei o que hoje condeno.

Mas isso não me impede de lembrar das Divas de tempos passados, que continuam encantando naturalmente ou, ainda que artificialmente, souberam dosar e ainda é possível reconhecê-las em meio às plastificações.

Quem deve ser eterna é a Arte, senhoras e senhoritas...apenas a Arte...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ah, se toda Bailarina soubesse...

 “Pelo que sei, dançar e rir são as portas mais naturais e facilmente abordáveis. 
Quando você está realmente dançando, o pensar pára. 
Você vai e vai, você gira e gira e se torna um remoinho: todas as fronteiras, todas as divisões desaparecem.
 Você nem ao menos sabe onde seu corpo termina e onde a existência começa. 
Você se dissolve na existência e a existência se dissolve em você; há uma sobre-camada de fronteiras. 
E se você estiver realmente dançando, não administrando a dança, mas permitindo ela lhe administrar, permitindo-a lhe possuir; se você estiver possuído pela dança, o pensamento cessa. Chega o momento quando o dançarino desaparece e permanece somente a dança. 
Nesse espaço raro a pessoa sente harmonia."


 ''Se as pessoas puderem dançar um pouco mais, cantar um pouco mais, serem um pouquinho mais malucas, a energia delas estará fluindo mais, e os problemas delas irão, aos poucos, desaparecer. 
Por isso insisto tanto na dança. 
Dance até o orgasmo; deixe que toda energia se torne uma dança, e subitamente você verá que não possui nenhuma cabeça. 
A energia presa na cabeça vai movendo-se ao redor, criando lindos padrões, pinturas, movimentos.
 E quando você dança, chega o momento que seu corpo não é mais uma coisa rígida, torna-se flexível, fluindo. 
Quando você dança chega o momento que sua fronteira não parece mais tão clara; você funde-se e dissolve-se no cosmos. 
Dai minha insistência na música e na dança, pois somente na dança você irá sentir que seu corpo, sua mente e você estão funcionando juntos. 
E a alegria é infinita quando tudo funciona junto, a riqueza é grande.
 Aprenda a dissolver seu corpo, mente e alma. 
Encontre meios nos quais você possa funcionar como uma unidade."


''Se alguém pergunta: o que é uma dança? Como você pode defini-la?
Mas você pode dançar e você pode conhecer a sensação interior dela. Deus é a suprema dança.''



Citações de OSHO

sábado, 14 de maio de 2011

Meu lado 'pessoa'






* Atendendo a pedidos de Camila Soares - Campo Grande


Sobre gratidão
É o que faria do mundo um lugar bem melhor, se todos fossem gratos. Isso é o que move minha vida: saber ser grata a tudo e a todos.

Ser casada – seu marido
Eu sou fã do meu casamento, adoro estar casada. Quando digo ‘meu casamento’ é porque sei bem que não há regra ou receita, que no meu caso funciona porque é o ‘meu’ casamento, com o marido certo. Meu marido é o vento sob minhas asas, sabe me amar e respeitar na medida ideal para que eu volte sempre, mesmo após meus vôos dessa vida de bailarina e psicóloga.

Trabalho
É o que me traz rendimentos financeiros e também paixão. Lembro que li em algum lugar que devemos amar o que fazemos e aí nunca precisaremos trabalhar. Acho que vivencio muito isso, tanto como Psicologa como Bailarina, é tudo tão gostoso de fazer que mesmo quando estou cansada, é motivador e recompensador.

Realizar eventos
Árduo, trabalhoso mas extremamente sublime. Não me imagino dançando apenas para eu mesma ou deixando o talento das minhas alunas escondidos em sala de aula. Adoro um evento, um espetáculo, uma super produção.

O que é agradável para você
Ver alguém fazendo uma boa ação, receber o carinho e a gratidão das pessoas. Gente agradável é aquela que respeita meus horários, minha rotina e compreender minhas prioridades. Nossa, isso não é só agradável, mas essencial.

Já sofreu algum tipo preconceito? Como lidar?
Ah, já. Nasci loira né?! No decorrer da minha vida fiz escolhas típicas para me tornar um alvo de pré-conceito: bailarina de dança do ventre, tatuagens, vegetariana, casada com músico, adepta de todas as religiões, efusiva. Aprendi a lidar sem estresse, afinal se eu for brigar teria que brigar com o mundo, pois sou ‘minoria’ em nosso ‘padrão de sociedade’. As vezes magoa, dói, eu sinto a tristeza e deixo ela ir embora depois, vou seguindo.

O que é desagradável para você
Ver gente reclamona, que não avança, que só tem energia pras coisas negativas. Também é desagradável pessoas que não sabem respeitar os limites da convivência e repetem seus erros, mesmo quando sinalizados. Não tenho muita paciência pra isso.

Diferenças
Infelizmente existem. Serviço publico e privado, quem tem referencias e quem não tem, dinheiro versus pobreza, informação e ignorância. Uma tristeza.

Sem miséria
Hum... quando cozinho, não tem miséria! Rs... geralmente faço comida para um batalhão e acabo chamando os amigos pra compartilhar. Quando faço algo, sempre dou um passo a mais, uma milha a mais. Mas a situação que mais ilustra isso é realmente quando cozinho. E quando como também...rs

Equipe
Depois de vários anos, encontrei uma equipe para trabalhar em meu estúdio e Cia de Dança que tem me deixado muito orgulhosa e tranqüila. É maravilhoso ter sucessoras e poder delegar, confiando que o resultado será impecável.

Medos
Não sou de muitos medos, não medos concretos. Meu medo é abstrato, coisas como escuro, fantasmas, sei lá. Acho que um medo concreto é o de aranhas, é meio que uma fobia.

Se fosse personagem de um filme e um livro, quem seria?
Livro:  a Catherine, musa de Heathcliff. Toda vez que leio me reconheço em sua personalidade. Filme:  Gilda Bessé, é um personagem que foi interpretado pela Charlize Theron em um filme antigo, não muito famoso e que não agradou muito ao publico e critica foi traduzido como 'Três Vidas e Um Destino'; e poucas pessoas entenderiam essa minha escolha, mas enfim, posso resumir dizendo que é devido a intensidade dessa mulher chamada Gilda, sua característica em fazer o que tem vontade, enfrentar as conseqüências e seguir, mesmo sozinha.

Uma coisa que ninguém sabe sobre você...
Hum...  sou muito espontânea e transparente, acho difícil não saberem algo de mim... mas é, de fato também tenho meus mistérios acho que todos tem não é?!  Talvez algo que não saibam ou não imaginem é que eu adoro a vida simples e natural, e sou muito moleca, bem 'joselita' mesmo. Estou sempre fazendo piadas ou pegadinhas com meus amigos e familiares. Tenho horta em minha casa, adoro ficar descalça no jardim, rolar no chão brincando com minhas cachorras e gosto de comer muito, quanto mais simples a comida, melhor. Tipo arroz com feijão, polenta, ovo, salada de tomate... pequenas coisas me fazem muito feliz. Sou capaz de passar o dia usando um pijama velho ou uma camiseta do marido, e as vezes ao invés de hidratante eu uso mel. rs...coisas minhas.

Dia ou noite?
Madrugada.

O que queria ser quando criança?
Olha que barato, no inicio eu queria ser veterinária, até descobrir que teria que cortar e operar animais. Aí me lembro que achava o maximo ser bioquímica, lembro que a primeira vez que li a embalagam de um remédio e vi escrito ‘’químico responsavel’ e o nome do bioquímico ou farmacêutico, eu achei um luxo, pensei: ‘uau, quero ser isso, quero que as pessoas vejam meu nome estampado nos rótulos do mundo!’ rs... depois passou, e hoje brinco que o emprego dos meus sonhos seria patinadora artística ou bibliotecária.

O que faz de melhor?
Ih, não sei... sempre me cobro tanto, me pergunto se acerto, se deixei alguém orgulhoso. Sou virginiana né?! Difícil saber. Desculpa essa eu vou ficar devendo.

Prato que não dispensa?
Então... rs eu adoro comer né, já falei aqui... mas se você me convidar pra jantar e tiver pizza, eu jamais vou negar, tenha certeza.Pizza para mim é a melhor invenção da gastronomia! Rs

Último item de consumo...
O rímel ‘Super Shok’ da Avon, é o único que uso e não me dá alergia ele é realmente ótimo! Foi a coisa mais recente que comprei.

Tem algum vício?
Ouvir musica, todos os dias.

Uma paisagem inesquecível...
Taj Mahal, em Agra, India.

Último livro que leu?
‘Slam’ de Nick Hornby

Uma lembrança da infância...
Ah, a casa da minha vó e nossas aventuras. Eu subia em árvore, fazia ‘bolos’ de barro, e ficava observando ela lidar com a horta, fazer benzimentos, era um mundo mágico.

A musica que não sai do seu Ipod e o cd que está no seu player
Rá, não tenho Ipod! Mas no meu bom e velho Mp3 tenho escutado muito ‘Aurélio e Seus Cometas’, minha nova banda favorita. E  o cd que está sempre no meu player é do Ray Charles, tenho vários.

Qual foi a última vez que chorou?
Hoje! Fui visitar uma amiga que teve um bebezinho, e quando vi o vídeo dela olhando a criança pela primeira vez me emocionei muito. É uma conexão instantânea, ao menos foi naquele instante, e fiquei pensando como será esse momento quando minha filha chegar.

Exótica ou Discreta
Adoraria ser discreta. Eu tento. Mas tenho um jeito de ser e vestir que refletem o que poderia ser chamado de um certo 'exotismo'. Uso casquetes coloridos pela manhã, adoro cores nas unhas, tenho sempre um acessório que 'brilha' rs... vou ilustrar com a foto do meu chapéu que uso pra mexer no jardim, é sempre uma tiração de sarro quando coloco, eu paguei baratinho na net e eu adoro! rs

Amor ou sexo?
Os dois! Sempre!

Esquisita
Eu detesto falar ao telefone. Quando me ligam eu geralmente sou muito seca, não sei como agir, acabo causando uma péssima impressão. Mas é timidez, juro. Entao eu geralmente nunca atendo o telefone, nem o celular. Alias no momento tenho um celular que só meu marido e minha família sabem o numero, mas telefone é algo realmente difícil pra mim.

Pra Conquistar a Amizade
É tão fácil! rs... uma boa conversa sobre idéias e arte; um bom convite pra comer algo; um silencio que não incomoda, um presentinho ou bilhete. Como disse, as coisas simples da vida. Mas por favor, bilhete sem erro de português, errar o português é broxante! rs eu troco cartas com algumas amigas até hoje e sou dessas que adora deixar bilhetinhos para quem amo.

Flores ou bombons?
Ambos! Flores amarelas, de preferência a flor chamada  ‘rosa’, a 'rosa' amarela é minha preferida. Bombons com avelã ou chocolate meio amargo. Adoro!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um 'quê' de arrogância



''... e me desculpe, mas confesso que fiquei feliz porque você não passou na pré-seleção, assim vai continuar a dar atenção pra todas nós...''

Apenas um trecho de um e-mail que recebi essa semana, e transcrevo aqui com a autorização da bailarina que me enviou - ela e eu sabemos quem é e isso basta,ok?! - mas achei importante para ilustrar um pensamento que, acredito, seja uma constante em muitas pessoas.

A bailarina 'passa' na pré-seleção, se envaidece, 'sobe na cabeça' e começa a transitar por um novo universo, amigas, baladas. Se conseguir ser convidada a fazer estágio na casa, aí é o top, rotina de shows, lazer nos bares famosos de quem circula pelo meio, trajes novos, blog, site, multiply e uma vida imersa na dança de maneira assombrosa - ou glamourosa, dependendo do ponto de vista.

Aí começam a 'avacalhar', porque fulana mudou, fulana está metida, fulana ficou arrogante.

Acontece, sim.
Mas há exceções.

Por que generalizar?
Porque rende mais fofoca, mais coments nos blogs, mais assunto e é rotina humana - infelizmente - só se faz mídia do que é negativo. Todos imediatamente acreditam no mal. Mas no bem, usualmente, só depois de refletir.
Uma pena.

Quando li esse trecho no e-mail, não me senti bem. Fiquei com isso na cabeça, primeiro pensando: 'poxa, essa realmente não me conhece, eu jamais deixaria de dar atenção a alguem, ao menos sem uma boa justificativa.' Depois, fiquei 'me doendo' pelas bailarinas da casa de chá que eu conheço e sei o quanto são gentis, amorosas e acessíveis.
Há exceções, pro bem e pro mal, como tudo na vida.

Mas vamos analisar se é somente a um 'título ou status', ou o ônus que demanda destes?

Eu não sou da casa de chá, não passei na pré-seleção, mas tenho meu nome linkado ao site pelas entrevistas e tenho o que se pode chamar de ''convivência'' com Habib e Débora. Mais com Habib, afinal faço cursos com ele desde 2004 e sempre que posso vou à casa para estudar e também me divertir.
Essa rotina de cursos e troca de e-mails acabou me conduzindo a um universo de contatos bem amplo, principalmente pelo site e profissionais entrevistados.

Eu recebo muitos e-mails, muitos mesmo. São dúvidas, desabafos, sugestões.
 As vezes realmente é dificil responder a todos num tempo hábil, mas SEMPRE são respondidos, diretamente por mim. Há dois anos tenho alguem que me auxilia na parte de agenda, é mais tranquilo assim, separar os assuntos e foi a maneira que encontrei de otimizar o meu tempo.

Mas essa é uma realidade minha, que vivo FORA do eixo Rio-São Paulo e direciono meu trabalho com arte aqui na região noroeste de SP.

Agora imaginem uma bailarina da casa, com visibilidade e compromissos bem mais amplos. Certamente não há tempo hábil como o meu ou o da maioria de nós que não fazemos parte desse universo.
Não dá para estar sempre à mão, há shows, viagens, aulas e estudos.
Conheço bailarinas da casa que tem apenas um dia da semana livre. É sério isso.

Nós também podemos acompanhar a vida virtual de muitas delas. Fotos, agendas e etc.
Sim, realmente algumas antes eram mais disponíveis, hoje nem tanto.
Blogs ficam parados no tempo, mensagens de e-mails nem sempre são respondidas, ou, quando são com quase 15 dias depois, outras ainda mandam as assessoras tratar dos assuntos e daí vem um adverso de complicações.

A gente sente falta, claro.
No inicio a 'super star' se valia desses canais para estar por perto, compartilhar, informar. Agora só os usam para divulgar shows e eventos, e se tornam estrelas de plástico, sem demonstrar seu lado humano - ou por falta de tempo, ou para preservar-se, ou simplesmente porque já não julgam necessário expor essa faceta.

São escolhas pessoais, e precisamos entender.

É chato? Claro que é. 
É arriscado? Eu acho. Porque não se deve virar as costas, é o que penso.
É necessário? As vezes! Ter um 'quê' de arrogância e cuidar das prioridades, por mais que muitas não entendam, chega uma hora que certos assuntos perdem a importância e segue-se um outro ritmo, outras preocupações, outras possibilidades.

Eu até sinto falta dessa arrogância em mim.
Já mencionei aqui, muitas vezes, o quanto me senti formiguinha na dança e no contato com algumas profissionais.
As vezes o 'ser arrogante' te dá uma 'máscara' de poderosa e proteção contra certas maldades.
Mas, varia muito de pessoa para pessoa e eu realmente não sei o quanto a coisa funciona.
Eu brinco sempre que transparência demais, é meu sobrenome. As vezes ajuda, as vezes atrapalha de montão.

Lembro que no dia da minha banca, eu cheguei 3 horas antes, querendo ajudar as candidatas e acalmar o pessoal.
Fiquei no vácuo.
Com poucas exceções, muitas já estavam prontas, se viravam com os próprios trajes e preocupações e respondiam a minha pergunta de 'posso ajudar em algo?' com uma cara de bosta que nem gosto de lembrar.

Faz parte.

E só pra constar: tem muita bailarina gente boa, acessível e humana, no meio do nosso segmento. e algumas são realmente super estrelas, mas não perderam as suas origens, isso é show!

Também tem uma listinha 'do mal'.
Bailarinas que me escreviam fazendo elogios, me encontravam em SP e eram todas solícitas, até o convite pra entrevista no site..dái sumiam, fingiam não me reconhecer em novos encontros ou, se não conseguiam as entrevistas, ficavam de cochicho - que feio! - quando me encontravam.
Teve até uma - que não revelo o nome nem sob tortura - que pediu para ser entrevistada, realizei a entrevista, e qdo me encontrou meses depois em SP, não respondeu ao meu cumprimento. Aí quando me viu tomando café com o Habib e a Débora, foi lá e me deu um 'super abraço'.
Coisinha boba, né?! Eu acho!


Há exceções, sim.
A questão é: o que fazemos para dar a nossa contrapartida?
As vezes fazemos tudo certo e mesmo assim 'tomamos na cara'.
O lance é ter paciência e seguir.

No final das contas, o 'quê' de arrogância pode se transformar numa bem resolvida e definida auto estima, e o resto, é resto.

Mas ainda sou da seguinte opinião: se você se dispõe a ter um canal de comunicação com seu público ou suas colegas de segmento, você deve, no mínimo, se fazer presente, da maneira que conseguir e fazer valer.
Pronto, é o que penso.

Vamos pensar sobre? E vocês?




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Em tempo:

As entrevistas do site foram todas remodeladas. 
Foi uma delícia reler Shaide antes de se tornar Lady Burly, e Luana Mello antes de ser Cheesecake. Assim como Lulu, Jorge, Jade... o tempo tá aí pra mostrar que a vida segue com mudanças e situações que todas nós vivemos. Estrelas ou não.
Acessem o site e relembrem comigo: http://www.abailarina.com