Pessoas Lindas!

domingo, 31 de outubro de 2010

Direção Artística


Se você quer somente dançar para um grupo de amigos ou informalmente na sua academia, ou em eventos diversos, talvez você não faça questão.
O que não quer dizer que não seja necessário.

A primeira vez que ouvi falar em 'Direção Artística' foi no ano de 2004, no curso de 'Snujs' com Jorge Sabongi. (para os íntimos, Habib).

Eu iria realizar a minha primeira mostra de dança, e aproveitei todo o conhecimento do Jorge para, praticamente criar com a ajuda dele, a parte artística do meu evento.

Muito gentil e solícito, ele respondeu todas as minhas perguntas - e quem me conhece sabe que eu não economizo nas perguntas - e me falou TUDO sobre som, iluminação cênica, cenário, palco e bastidores.

Foi ali, na sala dos véus, em 2004 que eu aprendi a respeitar e admirar Jorge Sabongi. Ao final do workshop ele ficou um bom tempo tirando minhas dúvidas, e falava animado sobre tudo.

Foi por causa dele que meus eventos tem a qualidade que tem hoje.

Os dvd's da Cia A Bailarina são solicitados por bailarinas do Brasil e do exterior - já tive vendas para a França e o Japão.
E olha que nosso grupo não é profissional, mas eu posso garantir o cuidado e a qualidade, mesmo dentro de nossas limitações.
(leia-se: cidade de 27 mil habitantes, escassez de profissionais de som e luz, escassez de teatro ou local apropriado para show.)
Nós literalmente fazemos milagres, desde 2004.

Este ano irei para o meu 8º espetáculo!
Jorge Sabongi dirige há 28 anos a maior casa de Dança do Ventre do nosso país.
A primeira bailarina a dançar na mesma, foi Samira.



Desde então, praticamente todas as 'top' de nosso meio passaram por lá.
E, quer queiram ou não, sob a direção de Jorge.

E ele é implacável: diz com uma verdade e sinceridade os pontos a melhorar da sua dança, porém com um tom de profissionalismo que visa o seu melhor, que a pessoa só magoa se for muito melindrada.

E isso pode acontecer sim, acontece direto nos cursos.
Tem gente que não está preparada para ser dirigida, não sabe e nem quer ouvir.

Ele corrige postura, observa seus pontos positivos e negativos, diz claramente onde você deve agir, estudar, aprimorar.
E isso faz toda a diferença.

Eu NUNCA tive isso, nem em aula particular: agilidade e precisão sobre a minha dança.
Habib não economiza e não perde tempo.

É muito comum no ultimo dia de curso, ou nas últimas horas do workshop as bailarinas estarem simplesmente iluminadas, pois percebem onde estavam errando e com a ajuda dele, corrigem imediatamente.

Isso fez com que eu parasse de gastar dinheiro em workshops aqui e ali e buscasse sempre os cursos com Jorge.
Minha dança melhorou muito depois das dicas dele.

E ele também fala do corpo, do figurino que combina melhor, das cores, do trabalho de véus, das fotos que tiramos, da maquiagem.

Ao final do curso ou workshop, todas devem dançar para ele, de improviso, com o traje de dança. Só quem faz o curso sabe o que significa esse momento. E receber o feedback depois, é show.

É serviço completo, vale cada centavo.

E com uma ética impecável. Jamais falou de outro profissional e mesmo quando ouve comentários provocativos sobre esta ou aquela pessoa, ele simplesmente rebate: 'não falo dos outros, só me interessa fazer o meu trabalho.'

Jorge decidiu reunir todas as dicas no livro 'Direção e Preparação Artística para Bailarinas', um compêndio com o resultado de todos esses anos de trabalho com dança.

São mais de 350 páginas com dicas valiosas, dinâmicas que podem ser praticadas em sala de aula e orientações específicas para o que cada bailarina busca.

Os dvds das Super Noites do Harém são os mais esperados, os vídeos mais vistos no youtube, as danças mais copiadas.

E ele dirige o elenco de estrelas como se fossem todas iguais.

Só tem destaque quem realmente merece.

Jorge escolhe as solistas a cada ano, utilizando um critério que vai além da técnica e da estética. Ele também observa o comportamento nos bastidores, as habilidades sociais, a comunicação da bailarina com o público e mais um sem fim de itens, que só quem conhece o curso sabe.

O melhor de tudo, é que Habib aliou o seu conhecimento com o de Débora, sua esposa, também bailarina. O que pouca gente sabe, é que ela é formada em Administração de Empresas, com atuação na área e muitas das dinâmicas utilizadas nos cursos, resultam da parceria do casal, trazendo conceitos de recursos humanos, relações interpessoais, liderança e comunicação,carisma, segurança interna, auto estima e inteligência emocional para serem utilizados em sala e palco pelas bailarinas.


Algumas dessas dinâmicas estão no livro, uma excelente dica para professoras realizarem com suas alunas, para treino de expressividade, segurança em cena e improviso.

Eu faço os cursos e já comprei o livro.

E indico a todas as bailarinas que queiram trabalhar utilizando o conceito 'Arte'.
Porque 'arte' não diz só respeito a tradição, a cultura arabe, aos trajes.
Mas como você desenvolve o seu espetáculo, a sua dança, e sua correlação com a luz utilizada, o som adequado e a maneira como você emociona o público.

E isso, dificilmente a gente consegue sozinha. É preciso ter alguém orientando.
Foi com Jorge que eu aprendi a escolher a cor do figurino, pensando não só no pano de fundo, como nas maneiras de fazer a luz refletir sobre ele. E isso é só o começo... a criar aquela 'aura' de mundo mágico... as músicas que mexem com a emoção do público... essencial!

Assim como grandes atletas tem seu preparador físico, a bailarina necessita de uma direção.Por isso eu indico os Cursos de Jorge Sabongi e o Livro.

Com prefácio de Soraia Zaied - que dispensa maiores comentários- o livro é obrigatoriedade para bailarinas comprometidas com o caráter Arte da Dança do Ventre.

Ah, e para fechar com chave de ouro, na contracapa tem um depoimento meu.

Luxo!
__________
* Veja a entrevista com Jorge Sabongi em meu site 'A Bailarina' aqui
*Próxima edição da Revista Shimmie, também tem Jorge Sabongi!
*Em breve: nova entrevista com ele!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Minha vez


Agora sou eu a entrevistada.
Conto quase tudo pra Thaty Libbah do site Manaus Belly Dance.

Confiram minha entrevista aqui.

Beijo para o pessoal de Manaus, em especial para a minha amiga Thaty, e para todos os seguidores!

:)

domingo, 24 de outubro de 2010

Leitura Musical

Vocês podem procurar a teoria sobre Leitura Musical por aqui e por ali.
Na prática, Nesrine explica tudo.
Vi, ao vivo, esse solo impecável da Nesrine. A melhor leitura musical que já vi ao vivo.
Inspirem-se! Estudem!
ps: em breve ela será a entrevistada do meu site 'A Bailarina'.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O Tempo


Sou o tempo que passa, que passa
Sem princípio, sem fim, sem medida
Vou levando a Ventura e a Desgraça,
Vou levando as vaidades da Vida

A correr, de segundo em segundo
Vou formando os minutos que correm...
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que nascem e morrem.

Ninguém pode evitar os meus danos...
Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século e passo adiante.

Trabalhai, porque a vida é pequena
E não há para o tempo demora!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!

(Olavo Bilac)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Das Lições de Heathcliff


'Heathcliff', o personagem central de 'O Morro dos Ventos Uivantes',consagrado como um dos romances mais importantes da literatura inglesa e mundial.
Para poder publicar, a autora Emily Bronte utilizou um pseudônimo masculino. Em 1847!
Ela morreu em 1848, com apenas trinta anos, sem sequer imaginar que chegaria a ser considerada uma grande escritora e que seu livro seria referência na Literatura Mundial e adaptado ao cinema e teatro em várias versões.

Eu tinha 14 anos quando li pela primeira vez. Foi uma cena que não me esqueço: entrei na biblioteca e pedi pra secretária: 'Você tem 'O Morro dos Ventos Uivantes?' e ela muito lentamente me disse: 'Ah, deve ter, não sei onde está mas veja na seção de Romance.' Então, meu professor de Sociologia - o maestro Pedro Salla, me disse: 'É só prestar atenção e quando ouvir um som de 'uuuuu...uuuu' você vai encontrar o livro!'
Parece bobo, mas foi tão mágico aquele momento! Primeiro porque era a primeira vez que via meu professor fazer uma brincadeira, e segundo, ainda hoje me lembro do som dele imitando o vento.

Eu quis ler esse livro porque na época havia uma matéria sobre ele no Estadão. Sempre fui caxias pra livros e música, queria saber tudo, de todos.

Ao ler o livro, tive o meu primeiro amor: Heathcliff.
Até então, minha vida era o ballet, as músicas clássicas e livros mil. Mas nada foi tão arrebatador quanto o amor de Heathcliff por Cathy.

Eu queria um amor assim!


Por mais que ele fosse tão severo e 'mau'- segundo uns, com quem ele amava era leal, amoroso e pleno.

Eu anotava suas frases mais marcantes em um caderno - e lamento muito tê-lo jogado.

'Eu só me irrito com quem eu quero' foi a primeira grande lição, já no início do livro.
Ou, dependendo da versão traduzida: 'Só me irritam aqueles a quem eu permito'. Dá no mesmo.

Aprendi com Heathcliff que:
- as pessoas fazem com a gente o que a gente deixa;
- por mais que falem de você, não perca a sua calma - a não ser que você queira-;
- quando alguém cuida de você, você deve protegê-lo e ser leal, não importa o que aconteça;

- quando você se importa com alguém, diga isso. quando você não gosta de alguém, deixe isso claro também;
- a gente deve ter por perto apenas quem nos faça bem;
- quando a gente ama, a gente faz tudo por essa pessoa;
- quando a gente ama, demonstra isso em ações, gestos e palavras;
- quando você sabe que a outra pessoa te ama, faz tudo por ela - mesmo que ela não queira;
- se você tem um temperamento forte ou péssimo gênio, assuma isso. isso não te faz pior ou melhor do que ninguém;
- se você ama realmente alguém, esse amor o preenche pela vida afora.
- quando temos alguém que amamos e o perdemos, fazemos de tudo para encontrá-lo!


Em muitos momentos eu recorri ao livro pensando 'O que Heathcliff faria nessa situação?'
'O Morro dos Ventos Uivantes' foi meu primeiro guia. É o meu 'primeiro' livro preferido.
Perdi a conta de quantas vezes reli o livro. Sei que pelo menos uma vez por ano eu releio.
E me apaixono novamente por Heathcliff.

Talvez isso explique meu 'tombo' (não é queda, é tombo mesmo!) pelo Ralph Fiennes. Ele foi o 'Heathcliff' que mais amei, no cinema! De todas as versões, ele é soberano.

E hoje, enquanto eu resolvia algumas coisas do trabalho, me peguei cantarolando a trilha do filme, e me lembrei da incrível atuação do Ralph, e peguei meu exemplar empoeirado e fiquei morrendo de saudade desse tempo bom que era ter 14 anos...

*Trecho que SEMPRE me faz chorar, do filme. Dá-lhe Ralph Fiennes! MUSO!!






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*Dedico esse post para uma querida! Acho que ela ama tanto os livros quanto eu! Ket!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Entrevistas

Oi pessoal!
Aqui vai a relação de entrevistas do site - que ainda não foram publicadas:

- Sasha Holtz - confirmou recebimento, aguardando respostas.
- Aysha Almée - confirmou recebimento, aguardando respostas.
- Lu Mansur - ainda não confirmou o recebimento
- Ali Khalih - ainda não confirmou o recebimento
- Sayonara Linhares - confirmou o recebimento, aguardando respostas.
- Farida Fahmy - confirmou recebimento - em breve as respostas
- Soraia Zaied - ainda não confirmou recebimento
- Nesrine - confirmou recebimento - em breve as respostas


Como recebo muitas sugestões via e-mail, aqui vai a lista!
Muitas pessoas sugerem entrevista com Najua e Sherazade, mas não consigo o contato delas! Se alguém tiver, agradeço!


Lembrando que: as entrevistas não tem fins lucrativos, por isso os profissionais respondem de bom grado, não há pagamento de cachê. As entrevistas são agendadas por e-mail, após alguns contatos. O profissional pode ou não responder às perguntas. Algumas vezes acontece do profissional confirmar o recebimento das questões, mas depois desiste de respondê-las. As vezes comunicam a desistência, noutras não.
Conto com a compreensão de todos.
Em breve, novas entrevistas!
:)

sábado, 16 de outubro de 2010

Faça a sua escolha


“A vida sempre vai nos derrubar, mas somos nós que escolhemos se queremos ficar em pé ou não”. (Mr. Han)


Dica de filme: 'The Karate Kid'
O novo, lançado em Agosto deste ano aqui no Brasil.

Eu assisti o original a 'long time ago' e vi essa versão com poucas expectativas... mas que grata surpresa!
Para ver com olhos de artista, de bailarina, de quem vive a vida.

É um blockbuster, mas cheio de frases de impacto e a fofura do Jaden conquista a todos.
Minha vontade foi me matricular na Nakao - Centro de Artes Orientais - daqui de minha cidade e começar aprender o Kung Fu imediatamente.
Delícia de filme!





* Não passei na Pré-Seleção! Mas obrigada pelo carinho e torcida de todos!
* E começou a correria! Dezembro está aí: Festival do estúdio e 8ª Mostra de Dança! Lá vou eu, novamente! A vida segue e 'Olé' para todos!
:)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Olé!


''... Não tenha medo. Não desanime.
Apenas faça o seu trabalho.
Continue a comparecer para fazer sua parte, seja ela qual for.
Se seu trabalho é dançar, dance.
E se o gênio divino e maroto que foi designado para acompanhar o seu caso permitir que através do seu esforço aconteça um lampejo maravilhoso, então, "Olé"!
E se não, faça a sua dança,do mesmo jeito, e "Olé" para você da mesma forma.
Eu acredito nisso e acho que devemos ensinar isso uns aos outros.
"Olé!" para você, apesar de tudo, simplesmente por possuir esse puro amor humano e a teimosia de continuar aparecendo para fazer a sua parte."
(Elizabeth Gilbert)
Foto: Luciana Arruda
Por IQ Perama

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pré-Seleção Khan el Khalili- Parte 1 e 2

Introdução
A Pré-Seleção Khan el Khalili teve sua primeira edição em 1999, quando a Casa ja tinha 17 anos de funcionamento.
Desde então, apenas no ano de 2007 a banca não foi realizada.
E em todos esses anos, um fato que não pode ser desmentido e nem desmerecido: a Casa de Chá Khan el Khalili foi e ainda é berço de muitos talentos.


Uma palavra que define a Pré-Seleção é organização.
Desde as inscrições, passando pelas avaliações e pela dança para a banca, tudo é feito com disciplina, método e transparência. Datas, horários e prazos são cumpridos à risca, envio das avaliações, comunicação clara e direta. Um exemplo.


Escrever sobre a Pré-Seleção, há apenas dois dias depois de ter participado, é um pouco difícil.
Primeiro, pelo cuidado que preciso ter para descrever com justiça a organização, credibilidade e eficácia de todo o esquema criado por Jorge Sabongi e, segundo, porque ter participado como bailarina pré-selecionada, deixa qualquer uma com a emoção e os nervos à flor da pele.


Mas acho importante para todas as bailarinas que pretendem prestar a banca, saber um pouquinho mais, vamos lá?
Para mim, a Banca em si tem dois momentos, e decidi descrevê-los dessa maneira:

PARTE 1 - A Dança para a Banca
Todas que se inscrevem e enviam seus dvd's recebem o cd com a avaliação gravada por Jorge Sabongi. Nessa gravação Jorge lista os pontos positivos e os pontos a melhorar, dando dicas, indicando profissionais para aulas e estudos e preparando a bailarina para o que está por vir.
As datas para a apresentação para a Banca são divulgadas com meses de antecedência, e junto com a gravação a bailarina recebe uma carta com data e hora marcadas para uma reunião com Jorge, para tirar dúvidas e conhecer os procedimentos no dia da banca.

O encontro com Jorge
O encontro com Jorge acontece um dia antes da banca, e é um momento especial para todas que participam.
Jorge explica nesse encontro os critérios de avaliação, a composição da Banca, tira dúvidas sobre horários e normas e ainda passeia pela Casa de Chá com todo o grupo, para que este veja o local da dança, a luz que será utilizada, tudo como se fosse o 'grande dia'.
Ah, tudo regado a chazinho, bom humor e muita sinceridade.

Os critérios de avaliação
Por mais que procurem na net ou nos 'contatos', a ficha com os critérios de avaliação é algo confidencial, mesmo.
Só tem acesso à ela as bailarinas que avaliam e quem presta a banca.


São 26 itens fixos, que se ramificam em diferentes questões, com notas de 06 a 10 e muitos itens com peso diferenciado, que pode ir de 02 a 04 pontos, transformando em mais de 50 itens, ao todo. A cada ano uma nova categoria é acrescentada ou modificada, e a distribuição dos pesos também muda.


Portanto, os critérios são exclusivos da Casa, confidenciais e atentos as tendências e mudanças da dança ao longos dos anos.
Esse ano uma nova categoria foi adicionada.


Os itens vão desde técnica, passando por expressão, criatividade, improviso, entrada em cena, véus, feminilidade, estética, traje, trabalho de braços e mãos e muitos, mas muitos outros pontos que, unidos, compõem o perfil de uma Bailarina considerada Padrão de Qualidade.




Assim como em uma empresa, que tem o perfil de cada candidato a ser contratado, a Casa de Chá coloca em pontos claros e diretos o seu perfil desejado e aquelas que querem dançar na casa, devem seguir esse padrão.

No dia da Banca, um espaço é reservado as participantes, estas devem chegar uma hora antes, preparar-se e aguardar. O horário da dança é respeitado, pontualmente na hora marcada a assistente de todas nós, Vic, vem nos buscar para a dança.


Esse é o momento decisivo. Enquanto Jorge aleatoriamente dá o play na música, a bailarina deve se dirigir para a entrada do harém e, no momento em que sentir que é a hora, entrar e dançar.
As músicas são de 7 a 12 minutos, estilo clássico, grandiosas.

A Banca
As pessoas da banca são bailarinas do Harém e convidados especiais que tenham um trabalho significativo com dança.
No meu dia, foi a maior presença VIP da pré deste ano.
Ninguem recebe nada por estar na banca, as pessoas vão de bom grado e, além das notas, anotam sugestões e dicas na ficha. Um primor!


Os integrantes da banca ficam sentados em pufes com mesinhas à sua frente e nós, bailarinas, dançamos com eles à nossa volta... uma sensação que não consigo descrever, me desculpem.
Olhar o rosto das pessoas que estudo e admiro, entrevisto, todos ali, olhando para mim, foi algo que eu senti e vou guardar comigo, por um tempo indeterminado.


Quando a dança terminou e os aplausos chegaram, eu fiz a reverência bem consciente da história de todos ali, que chegaram antes de mim.


Após a dança, Vic nos conduz de volta à sala. Ela é discreta e respeita os momentos de emoção, foi o suporte de muitas bailarinas naqueles momentos essenciais antes e depois da dança.



Preciso registrar aqui uma pessoa que fez a diferença na banca: Nagla Yacoub. Foi o comentário geral:ela incentivou a todas com o seu sorriso, olhar, atenção. E no Harém, curtia e aplaudia cada entrada com uma alegria, uma jovialidade exemplar.

Parte 2- O Show no Harém
Ter a oportunidade de dançar no Harém, ainda que por um minuto, é para muitas de nós um sonho.
Foi realizado, no meu caso.
A dança no harém é uma gentileza da Casa para com todas nós que prestamos o exame.
E é absurdamente um momento único.
A alegria contagiante das pessoas da platéia, a emoção das bailarinas, a adrenalina... um sonho, não consigo imaginar outra palavra.

As bailarinas que prestam a Banca fazem a abertura da noite. No nosso Harém, a lotação estava esgotada. Gente de todos os lugares, ansiosos pelo show!
As Bailarinas do Harém, as 'Top' da casa que fizeram o show após nossa apresentação: Aziza, Priscila, Nesrine, Juli e Luciana Zambak.

Uma demonstração de gentileza e humildade: todas parabenizaram as participantes da banca, aplaudiam, e celebravam conosco. Aziza estava mais próxima de todas nós, ficando um bom tempo no hall curtindo com todas nós as emoções daquela noite.

Nesrine fez o solo mais bem elaborado, com a leitura mais impecável que ja vi. Isso vai render um post depois, aguardem! E quando fui falar com ela, parabenizar pela dança, ela disse um 'obrigada' com tanta humildade e doçura, que virei fã, de carteirinha.
Anotem: é uma estrela, com o melhor significado que isso possa ter. Nesrine vem aí, já está aí.

Fiquei impressionada com a platéia. As pessoas que vão a Casa estão lá porque realmente gostam de dança, do show, do ambiente.
Tanta gente fotografou, gritou meu nome, aplaudiu, que me senti fazendo parte de tudo aquilo por direito e aproveitei mesmo!
Um momento muito especial foi quando vi a Harah.
Ela sempre escreve aqui nos comentários do blog, e fiquei tão grata pela oportunidade de finalmente vê-la de pertinho que tive que conter o choro.


Foi maravilhoso falar com ela ao final do show- gente, ela tem os olhos lindos, um escândalo! Não só a cor, mas o que vem dentro deles! - e fiquei curiosa e morrendo de vontade de conhecer as outras blogueiras, todos os meus seguidores, enfim, gente, quero conhecer vocês! foi muito bom! Harah, obrigada por tudo!

O show é muito organizado, como tudo na casa.
Jorge escolhe de maneira bem aleatória (apontando o dedo e contando, rs) a ordem das apresentações e controla as entradas de cada uma, tempo certinho! Ele troca cd, mexe na luz, dá as ordens, toca snujs, anota coisas enquanto bailarinas dançam - sim, ele avalia até as bailarinas 'top' da casa- e curte tudo com uma alegria genuína.

Fiquei ali, por um breve momento, observando esse homem apelidado de 'Habib', que se emocionou ao final da Noite, como se fosse a primera edição da Pré.
Esse homem criou essa fábrica de sonhos chamada Khan el Khalili em 1982, e se mantém no mercado fazendo o que acredita e gosta. Isso é bonito de ver: alguém fazendo o que gosta.

E foi o que eu fiz, pessoal.
Dancei.
Como disse minha amiga Verônica: 'No lugar certo, na hora certa.'
Curti cada segundo, e isso fez tudo valer.
Dancei o que podia, da maneira como senti.
E isso fez toda a diferença: fui eu, realizando um sonho.
Não dancei com figurino de atêlie famoso. Dancei com um traje que minha mãe costurou, com o tecido que era de um Sári, que ganhei de um rotariano de coração enorme, quando estive na India.

Cheguei 3 horas antes da minha Banca para ajudar as outras meninas a se vestirem, ainda que minha ajuda nem tenha sido solicitada.
Dancei mesmo sem ar - minha música durou 11 minutos e 54 segundos.
Mas fui até o fim, não fugi do bom combate em nenhum momento.

E indico a todas essa experiência, vale muito, cada segundo.
E deixo aqui um trechinho da minha felicidade, filmada pelo meu amigo Carlos: meu breve momento, dançando na Casa que me ensinou a ser gente/bailarina.
O resultado? Superei meus medos e fui feliz.
O mais, é lucro. Seja qual for.