Pessoas Lindas!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um 'quê' de arrogância



''... e me desculpe, mas confesso que fiquei feliz porque você não passou na pré-seleção, assim vai continuar a dar atenção pra todas nós...''

Apenas um trecho de um e-mail que recebi essa semana, e transcrevo aqui com a autorização da bailarina que me enviou - ela e eu sabemos quem é e isso basta,ok?! - mas achei importante para ilustrar um pensamento que, acredito, seja uma constante em muitas pessoas.

A bailarina 'passa' na pré-seleção, se envaidece, 'sobe na cabeça' e começa a transitar por um novo universo, amigas, baladas. Se conseguir ser convidada a fazer estágio na casa, aí é o top, rotina de shows, lazer nos bares famosos de quem circula pelo meio, trajes novos, blog, site, multiply e uma vida imersa na dança de maneira assombrosa - ou glamourosa, dependendo do ponto de vista.

Aí começam a 'avacalhar', porque fulana mudou, fulana está metida, fulana ficou arrogante.

Acontece, sim.
Mas há exceções.

Por que generalizar?
Porque rende mais fofoca, mais coments nos blogs, mais assunto e é rotina humana - infelizmente - só se faz mídia do que é negativo. Todos imediatamente acreditam no mal. Mas no bem, usualmente, só depois de refletir.
Uma pena.

Quando li esse trecho no e-mail, não me senti bem. Fiquei com isso na cabeça, primeiro pensando: 'poxa, essa realmente não me conhece, eu jamais deixaria de dar atenção a alguem, ao menos sem uma boa justificativa.' Depois, fiquei 'me doendo' pelas bailarinas da casa de chá que eu conheço e sei o quanto são gentis, amorosas e acessíveis.
Há exceções, pro bem e pro mal, como tudo na vida.

Mas vamos analisar se é somente a um 'título ou status', ou o ônus que demanda destes?

Eu não sou da casa de chá, não passei na pré-seleção, mas tenho meu nome linkado ao site pelas entrevistas e tenho o que se pode chamar de ''convivência'' com Habib e Débora. Mais com Habib, afinal faço cursos com ele desde 2004 e sempre que posso vou à casa para estudar e também me divertir.
Essa rotina de cursos e troca de e-mails acabou me conduzindo a um universo de contatos bem amplo, principalmente pelo site e profissionais entrevistados.

Eu recebo muitos e-mails, muitos mesmo. São dúvidas, desabafos, sugestões.
 As vezes realmente é dificil responder a todos num tempo hábil, mas SEMPRE são respondidos, diretamente por mim. Há dois anos tenho alguem que me auxilia na parte de agenda, é mais tranquilo assim, separar os assuntos e foi a maneira que encontrei de otimizar o meu tempo.

Mas essa é uma realidade minha, que vivo FORA do eixo Rio-São Paulo e direciono meu trabalho com arte aqui na região noroeste de SP.

Agora imaginem uma bailarina da casa, com visibilidade e compromissos bem mais amplos. Certamente não há tempo hábil como o meu ou o da maioria de nós que não fazemos parte desse universo.
Não dá para estar sempre à mão, há shows, viagens, aulas e estudos.
Conheço bailarinas da casa que tem apenas um dia da semana livre. É sério isso.

Nós também podemos acompanhar a vida virtual de muitas delas. Fotos, agendas e etc.
Sim, realmente algumas antes eram mais disponíveis, hoje nem tanto.
Blogs ficam parados no tempo, mensagens de e-mails nem sempre são respondidas, ou, quando são com quase 15 dias depois, outras ainda mandam as assessoras tratar dos assuntos e daí vem um adverso de complicações.

A gente sente falta, claro.
No inicio a 'super star' se valia desses canais para estar por perto, compartilhar, informar. Agora só os usam para divulgar shows e eventos, e se tornam estrelas de plástico, sem demonstrar seu lado humano - ou por falta de tempo, ou para preservar-se, ou simplesmente porque já não julgam necessário expor essa faceta.

São escolhas pessoais, e precisamos entender.

É chato? Claro que é. 
É arriscado? Eu acho. Porque não se deve virar as costas, é o que penso.
É necessário? As vezes! Ter um 'quê' de arrogância e cuidar das prioridades, por mais que muitas não entendam, chega uma hora que certos assuntos perdem a importância e segue-se um outro ritmo, outras preocupações, outras possibilidades.

Eu até sinto falta dessa arrogância em mim.
Já mencionei aqui, muitas vezes, o quanto me senti formiguinha na dança e no contato com algumas profissionais.
As vezes o 'ser arrogante' te dá uma 'máscara' de poderosa e proteção contra certas maldades.
Mas, varia muito de pessoa para pessoa e eu realmente não sei o quanto a coisa funciona.
Eu brinco sempre que transparência demais, é meu sobrenome. As vezes ajuda, as vezes atrapalha de montão.

Lembro que no dia da minha banca, eu cheguei 3 horas antes, querendo ajudar as candidatas e acalmar o pessoal.
Fiquei no vácuo.
Com poucas exceções, muitas já estavam prontas, se viravam com os próprios trajes e preocupações e respondiam a minha pergunta de 'posso ajudar em algo?' com uma cara de bosta que nem gosto de lembrar.

Faz parte.

E só pra constar: tem muita bailarina gente boa, acessível e humana, no meio do nosso segmento. e algumas são realmente super estrelas, mas não perderam as suas origens, isso é show!

Também tem uma listinha 'do mal'.
Bailarinas que me escreviam fazendo elogios, me encontravam em SP e eram todas solícitas, até o convite pra entrevista no site..dái sumiam, fingiam não me reconhecer em novos encontros ou, se não conseguiam as entrevistas, ficavam de cochicho - que feio! - quando me encontravam.
Teve até uma - que não revelo o nome nem sob tortura - que pediu para ser entrevistada, realizei a entrevista, e qdo me encontrou meses depois em SP, não respondeu ao meu cumprimento. Aí quando me viu tomando café com o Habib e a Débora, foi lá e me deu um 'super abraço'.
Coisinha boba, né?! Eu acho!


Há exceções, sim.
A questão é: o que fazemos para dar a nossa contrapartida?
As vezes fazemos tudo certo e mesmo assim 'tomamos na cara'.
O lance é ter paciência e seguir.

No final das contas, o 'quê' de arrogância pode se transformar numa bem resolvida e definida auto estima, e o resto, é resto.

Mas ainda sou da seguinte opinião: se você se dispõe a ter um canal de comunicação com seu público ou suas colegas de segmento, você deve, no mínimo, se fazer presente, da maneira que conseguir e fazer valer.
Pronto, é o que penso.

Vamos pensar sobre? E vocês?




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Em tempo:

As entrevistas do site foram todas remodeladas. 
Foi uma delícia reler Shaide antes de se tornar Lady Burly, e Luana Mello antes de ser Cheesecake. Assim como Lulu, Jorge, Jade... o tempo tá aí pra mostrar que a vida segue com mudanças e situações que todas nós vivemos. Estrelas ou não.
Acessem o site e relembrem comigo: http://www.abailarina.com