Língua nacional: Hindi
Língua Oficial: Inglês
E mais de 200 dialetos e idiomas, dependendo do estado, cidade ou tribo.
O Hinduismo não é considerado religião pelos hindus, e sim um estilo de vida.
Para ser considerado uma religião seria necessário:
- um profeta;
- uma bíblia ou livro sagrado;
- um dogma
- um rito de iniciação ou batismo
E nenhum desses itens é presente no hinduismo.
Ser recepcionada por um indiano é uma emoção indescritível.
Eles pintam a nossa testa com hena vermelha, depois colocam arroz por cima. Os grãos representam a terra, a humanidade, e a tinta, a divindade. Depois colocam colar de flores em nosso pescoço, geralmente as flores são nos tons laranja, considerada a cor do sagrado para eles, e nos dão comida e bebida. Em todos os lugares, sempre nos era oferecido comida, e a recusa era vista como uma ofensa. O coco é a fruta do sagrado para eles.
Não se reconhece um hindu pela roupa, cabelo, ou costumes. Cada um vive a sua maneira a crença nos diferentes deuses.
Eu, Silvia e Daniel, com o colar de 'Marygold' a flor do sagrado
Cada região da India tem um idioma, uma dança, uma crença. A palavra chave que une tudo isso é: tolerância.
E eles acreditam que até os deuses podem errar.
Deus = GOD
G- enerate (criador)
O- perate (opera, coordena, mantém)
D- estroy (destrói, recria)
A pequena bailarina também é tratada como deus, na India o artista e sua arte são a manifestação divina
Os indianos tem mais de 300 milhoes de deuses, e acreditam que todo ser humano é uma manifestação divina, e todos tem um deus elemental.Eles acreditam que o templo é o local onde o deus vive, embora não acreditem que é necessário um intermediário para falar com deus,cada um pode encontrar deus dentro de si. Mas em cada templo há o priest =punjare= espécie de padre, respeitados como homens sagrados, uma manifestação do deus, são uma inspiração para tomadas de decisão e exemplo.
Na índia, não há divisão entre o publico e o sagrado, os deuses estão em tudo, no comercio, nas es colas, nas casas, nos eventos, enfim,em tudo.
E a comentada 'Suástica' (vide Dourado no BBB 10) é realmente um símbolo Hindu, e a conotação que ela tem no Oriente não tem nada de ruim. É um símbolo sagrado, muito poderoso e extremamente pacífico. Nesse ponto, lamento os mal informados que estão atacando o Dourado por conta da tatoo. Eu confesso que não sabia do significado, até chegar na India e encontrar a suástica em vários locais, desde templos, até casas (a casa que fiquei em Rourkela tinha uma suástica no portão) e em jardins.
Jardim do local de visitação de antigas Cavernas
Do Wikipedia: "A palavra "suástica" deriva do sânscrito svastika (no script Devanagari - स्वस्तिक), significando um amuleto da sorte, e uma marca particular de pessoas ou coisas que trazem boa sorte. Ela é formada do prefixo "su-" (cognata do grego ευ-), significando "bom, bem" e "-asti", uma forma abstrata para representar o verbo "ser". Suasti significa, portanto, "bem-ser". O sufixo "-ca" designa uma forma diminutiva, portanto "suástica" pode ser literalmente traduzida por "pequenas coisas associadas ao que traz um bom viver (ser)". O sufixo "-tica", independentemente do quanto foi dito, significa literalmente "marca". Desta forma na Índia um nome alternativo para "suástica" é shubhtika (literalmente, "boa marca"). A palavra tem sua primeira aparição nos clássicos épicos em sânscrito Ramayana e Mahabharata "
Há três principais deuses Hindus:
Vishna – administrador
Brahma – criador
Shiva –destruidor
Os três formam ‘Bram’.
Deus não é uma entidade física,é algo invisível. Há basicamente 3 deuses principais e cerca de 330 milhões de outros deuses.
O mais cultuado é Lord Ganesh ( ou Ganesha):
''Shiva é um deus temperamental. Ganesh é filho de Shiva e nasceu em sua ausência. Quando Shiva voltou e viu um pequeno homem,cerca de 8,9 anos, perguntou: “Quem é você?” e Ganesha questionou: ‘Não, quem é você?”
Shiva pegou o seu tridente e cortou a cabeça de Ganesh fora.
Então sua esposa, viu a situação e explicou o que acontecia. Shiva tentou arrumar a situação:
-Eu prometo que trarei nosso filho a vida.
Quando um deus faz algo, ele pode modifica-lo, mas não reverter o que fez.
Então, ele trouxe o filho a vida, andou pela casa e o primeiro animal que ele encontrou ele retirou a cabeça e colocou na do filho, e esse animal era o elefante.
A esposa, descontente, questionou: ‘Ai de mim, agora ninguem vai gostar do meu filho, veja como ele ficou!’ e então Shiva prometeu que o'' filho seria sempre o primeiro deus a ser reverenciado, em todas as celebrações, e seria o deus mais adorado. ''
Lord Ganesh e eu, Raipur - India
E isso realmente acontece na India. Antes de qualquer evento, reunião, celebração, é feito uma dança,canto ou oração para o Lord Ganesha. Ele está sempre em primeiro lugar.
“Se os homens podem errar, então os deuses também podem errar. Isso demonstra que erros fazem parte da vida, e você pode corrigi-los, retificá-los.” (Nick)
*Nataraj – o deus bailarino , uma das faces de Shiva, a dança da destruição.
*historia contada no trem, por Nick, de Balaghat a caminho de Raipur. Informações sobre o deus como ‘O Convidado’ – Akhil, de Raipur, que foi meu hostess, e Zulma Reyo, escritora, que viveu na Índia em busca de definições do sagrado.
Uma frase interessante que ouvi do Sr Janardam Kar (Korba) “Não devemos falar de religião, devemos praticá-la.” E outra, mais especial:
“Não existe beleza. A beleza está nos olhos de quem vê.”
E meu hostess Akhil, de Raipur, ao me ver chorando de felicidade por presenciar um noivado indiano: "Você consegue se emocionar com as coisas simples e achar que tudo é especial, porque você é especial."
Tem como não gostar da India, gente?
No próximo post sobre India eu conto a emoção de ver um noivado, algo que turistas não teriam acesso tão facilmente...
* lembrando a todos que os textos sobre a India retratam a minha experiencia desses 36 dias pelos 3 estados e 13 cidades que visitei, é apenas o meu olhar, não quer dizer que todo o país seja assim, apenas descrevo o que vi e senti. E com todo respeito aos indianos e ao belissimo pais de constrastes que é a India.
*texto e fotos: Luciana Arruda