Quando cheguei assustada em sua casa, seu olhar logo me acalentou.
Esses olhos grandes sondavam os meus e logo de início discutimos sobre a cor deles. Você, elogiava o verde dos meus e eu encantada com o escuro acolhedor dos seus.
Quando você me mostrou o seu diário eu sorri e deixei anotado ali palavras pra você seguir.
Você sussurrou em meu ouvido: 'Quero ser como você.'
Eu chorei, claro, sempre choro.
Você me disse que queria fazer faculdade, usar jeans e que não iria usar o sári, jamais.
No último dia, você ficou praticamente colada em mim, sempre em silêncio e me observando tanto, que eu mal sabia o que fazer.
No momento do adeus, você segurou minha mão e me disse, novamente: 'Quero ser como você.'
Muitas saudades, minha pequena menina.
Foram poucos dias em sua casa, sua família.
Mas seu olhar profundo me marcou.
E, não, não seja como eu.
Seja você, sempre.
Amo você, Divienne.
Espero revê-la um dia, na India. E também adoraria ver você aqui, no meu país, livre e feliz, usando seu jeans.
Divienne, a filha caçula da família de Balaghat, India, que me hospedou por 3 dias