Pessoas Lindas!

terça-feira, 30 de junho de 2009

O Show tem que Continuar

Entrada em cena - UNIP 27/06

Depois de 15 dias de molho, devido a lesão, neste Sábado, eu tinha dois shows para fazer. Impossível cancelar, tinha que estar em dois lugares -e quase ao mesmo tempo.
O primeiro show foi em Araçatuba-SP no Teatro da UNIP e o segundo, um jantar beneficente em minha cidade, Guararapes.
Lá estava eu com minhas alunas, professoras e a trupe de sempre, fingindo um nervosismo natural - mas que na verdade estava é exacerbado, e com um quesito a mais que era o medo de sentir dor.


Coisa horrível é o medo, gente, principalmente o medo da dor física.
Quem já quebrou algo no corpo ou lesionou- a virilha, principalmente- sabe do que estou falando.
Por mais que o físico, amparado pelos remédios e cuidados diga que 'tudo está bem', temos que enfrentar o pior inimigo: o psicológico.
Eu já havia passado por isso quando trinquei meu pulso, anos depois, quando trinquei meu cóccix (sim, sou a rainha dos trincados, que segundo os médicos, é ainda pior do que o quebrar de fato) mas nunca passei por tamanho medo igual ao de sentir dor novamente na virilha e em toda a extensão da perna.
Enquanto eu entrava no palco imenso, lindo e estruturado do Teatro da Unip, tudo que eu tentava fazer era adquirir o controle mental, numa tentativa ninja de ser zen e poder dançar como se nada pudesse atrapalhar.


Foi difícil.
Eu fiz minha prece de costume, pedi "Deus, só mais um pouquinho" e na hora que a música começou, entrei em cena com meu véu protetor - o de tecido e o mental.
Dancei, gente.



Logo de início percebi que não precisava conter nada, que de alguma maneira não sentiria dor nenhuma. Dei tudo, dancei tudo, mas com movimentos bem mais leves do que jamais fiz.
A platéia foi show, aplaudiram em cena aberta por diversas vezes, e ao final até ouvi um elogio de um cara que não se conteve ('Como ela é linda!', ele gritou, após ainda dizer o infeliz 'Hare Baba',argh! rs) mas ok, assim que entrei na coxia, ajoelhei e deixei o choro sair.
Chorei tudo que queria ter chorado nesses 15 dias de dor e medicamentos, chorei o medo, chorei a superação.



Minha aluna Aline percebeu e comovida, se emocionou comigo.
Mas eu a acalmei e disse: 'É de felicidade, estou feliz, porque não sinto mais dor."
E assim fui eu, feliz da vida, trocar de roupa, pegar a van e seguir para o outro show, no jantar, onde tudo correu bem, também.


Sem dor, teve até gracinha...


No dia seguinte senti uma dorzinha leve, como daquelas de dia seguinte à malhação, mas tudo normal.
Hoje estou aqui, feliz da vida escrevendo para vocês só para dizer que, não importa o que aconteça,como já dizia aquela velha canção do Queen, 'The Show Must Go On' = O Show tem que Continuar.

Você pode baixar a música aqui

*Em homenagem, também, ao Michael. Que certamente inspirou muitas de nós.
***Falando em Michael, vejam o blog da TvTEM - Globo em que dei uma colaboração no texto da Jornalista Verônica Lima